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Mortos em erupção do Vesúvio em Pompeia são escaneados

29 set 2015 - 11h26
(atualizado às 12h10)
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Os habitantes da Pompeia de dois mil anos atrás, que morreram na erupção do Vesúvio em 79 d.C., tinham dentes perfeitos, consequência de uma alimentação saudável, embora ossos frágeis devido ao excesso de flúor das águas dos mananciais em que bebiam.

A cidade de Pompeia ficou famosa pela erupção do Vesúvio em 79 d.C.
A cidade de Pompeia ficou famosa pela erupção do Vesúvio em 79 d.C.
Foto: iStock

Estes são os primeiros surpreendentes detalhes, divulgados nesta terça-feira (29), de uma pesquisa sem precedentes, que submeteu a tomografias computadorizadas (TAC) 30 corpos encontrados nas escavações de Pompeia que ficaram conservados nos moldes de gesso em que foram tratados.

O projeto começou em agosto, com a restauração de alguns dos moldes de Pompeia, mas sobre 30 deles se concentraram arqueólogos, antropólogos, radiologistas, dentistas e engenheiros especialistas em scanner.

As tomografias foram feitas nos moldes de gessos com os restos mortais dos habitantes da cidade italiana que morreram na erupção do Vesúvio, o que permitiu aos pesquisadores conhecer detalhes de suas vidas, costumes, ocupação e classe social.

Os primeiros resultados destes exames determinaram que a maioria dos moradores de Pompeia tinha dentes saudáveis, graças a uma alimentação saudável, com poucos açúcares.

Em algumas das arcadas dentárias é possível observar imperfeições que indicam que o pompeiano utilizava os dentes para cortar.

As primeiras análises em um homem revelaram um problema nos ossos devido à excessiva presença de flúor nas barras aquíferas vesuvianas.

O estudos acabam de começar, mas os responsáveis pelo projeto explicaram que estes exames são capazes de reconhecer, além de dados normais, como idade e sexo, também se era "um fumante de cachimbo, um músico que tocava flauta, assim como a origem geográfica e a condição socioeconômica".

A equipe usa um equipamento de tomografia computadorizada de 16 cortes capaz de fazer um exame de todo o corpo em 100 segundos.

O grande problema é "a densidade do gesso utilizado, pois é muito parecida com a densidade dos ossos, e por isso foi necessário recorrer à alta tecnologia", explicou hoje o superintendente de Bens Culturais de Pompeia, Massimo Osanna.

Os moldes de Pompeia se devem à intervenção do arqueólogo italiano Giuseppe Fiorelli, que, após achar uma cavidade oca em torno dos restos ósseos, decidiu injetar gesso e assim conseguiu obter uma cópia exata das vítimas da erupção cobertas pelas camadas de cinza e detritos.

EFE   
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