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Grande Barreira de Corais da Austrália luta para recuperar seu esplendor

29 set 2014 - 10h11
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A Grande Barreira de Corais, situada na costa nordeste da Austrália, prente recuperar todo seu esplendor até 2050 por meio de um plano para limpar as águas de suas bacia e erradicar a praga de estrelas que se alimentam de seus corais.

A recuperação da Grande Barreira demoraria, "em uma situação ideal, cerca de 20 anos, mas acho que o prazo fixado pelo plano até 2050 é provavelmente realista", disse à Agência Efe o diretor-executivo da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais , Russell Reichelt.

Formada há dezenas de milhões de anos, quando a Austrália se separou do supercontinente Gondwana e se deslocou para o norte, a Grande Barreira compreende três mil recifes e mais de mil ilhas, que se estendem ao longo de dois mil quilômetros, e abriga 400 tipos de coral, 1.500 espécies de peixes e quatro mil variedades de moluscos.

A Grande Barreira foi declarada pela Unesco em 1981 como Patrimônio da Humanidade, mas agora esta organização avalia se a inclui em 2015 na lista de Patrimônio em Perigo pelo impacto do desenvolvimento da zona litorânea no ecossistema, a qualidade das águas e a saúde dos corais.

Esta ameaça motivou o governo australiano a publicar recentemente a minuta de um plano de recuperação da Grande Barreira até 2050.

Mas, para os ecologistas, o documento é insuficiente, especialmente quando se trata de resolver o problema dos vazamentos causados pela dragagem de portos próximos à Grande Barreira.

Segundo um recente estudo na Austrália, as atividades de dragagem, que aumentam o nível dos sedimentos que caem sobre os corais, interfere em sua habilidade para poder se alimentar, reduzindo sua energia, e aumentam as frequência com que se manifestam as doenças nestes organismos vivos.

Russell Reichelt também considerou que houve "uma polêmica muito emotiva" em torno da dragagem, do desenvolvimento portuário e da gestão de um aumento do tráfego de navios nesta área, que perdeu a metade de sua cobertura coralina desde 1985.

Segundo o Instituto de Ciências Marinhas, 48% da deterioração dos corais se deve às tempestades e aos ciclones, 42% pelas estrelas coroas de espinhos (Acanthaster planci) e 10% ao clareamento produzido pelo aquecimento global.

Reichelt destacou que as autoridades já descartaram o desenvolvimento de novos portos na Grande Barreira e somente trabalhará nos que já existem para impulsionar a economia na região, que exporta através de seus portos produtos por um valor anual de US$ 35,3 bilhões.

Mas os ecologistas se preocupam com o fato de a dragagem ser despegada nas águas desta área considerada como uma das sete maravilhas naturais do mundo e que gera para o setor de turismo cerca de US$ 4,7 bilhões a cada ano.

Grande parte da dragagem, junto à contaminação da bacia pelos adubos e sedimentos provenientes da agricultura, degrada a qualidade das águas e afeta o ecossistema, além de provocar a proliferação de coroas de espinhos.

A praga que devora corais, cuja fêmea produz cerca 60 milhões de ovos ao ano e quando adultas chegam a medir 40 centímetros, destruiu mais de 40% dos corais.

Uma equipe liderada por Steve Moon é a principal responsável pelos esforços para controlar a população das coroas por meio de um programa que tem fundos até junho de 2015.

Moon comentou à Agência Efe que são necessários cerca de quatro anos a mais para poder reduzir a população de coroas de espinhos e para contribuir à restituição dos sistemas coralinos da Grande Barreira. Além disso, Moon sugeriu uma melhor gestão dos projetos de vazamento da dragagem.

Por outro lado, Reichelt considerou que seria um erro incluir a Grande Barreira na lista de Patrimônio em Perigo já que esta conserva grande parte de sua integridade e seus valores naturais e as autoridades fazem todo o possível para conservá-la.

EFE   
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