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Gestores de UCs traçam diretrizes para as áreas protegidas

15 set 2010 - 15h31
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Como estão as unidades de conservação (UCs) brasileiras? Para saber se elas estão cumprindo seu objetivo de preservação, se tem um planejamento efetivo, quais são os seus níveis de vulnerabilidade e como estão sendo feitos investimentos em cada uma delas, um grupo de gestores de UCs que compõem o Sistema de Unidades de Conservação Federais se reuniram em oficinas para avaliar a efetividade da gestão dessas áreas protegidas.

Os encontros, promovidos em parceria entre Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e WWF-Brasil, reuniu 240 gestores em seis oficinas durante os meses de julho e agosto.

A intenção era gerar um corpo de informações que permitisse conhecer onde foram feitos os investimentos nos últimos anos, onde estão as maiores lacunas, qual a melhor forma de direcionar as ações e quais atividades devem ser priorizadas para garantir a efetividade das UCs.

Segundo Giovanna Palazzi, coordenadora geral de Criação, Planejamento, Avaliação e Monitoramento de Unidades de Conservação do ICMBio, essa avaliação é uma ferramenta ainda recente no Brasil e é essencial para o controle da gestão das unidades de conservação.

Quem também ressaltou a importância desse levantamento para o país foi a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú. "Até pouco tempo não existia no Brasil um estudo que consolidasse informações de todo o sistema de unidades de conservação federais e faltavam dados para subsidiar políticas públicas", apontou.

Denise apontou ainda que o diagnóstico, além de inovador, permitirá que os tomadores de decisão façam um planejamento mais eficiente das ações para as unidades de conservação enquanto parte de um sistema maior e não apenas áreas isoladas.

Para chegar aos resultados foi utilizada uma metodologia da Rede WWF, conhecida como RAPPAM - sigla em inglês para Avaliação Rápida e Priorização da Gestão de UCs.

Foram analisados cinco aspectos: contexto (importância e vulnerabilidade da área), planejamento (amparo legal e plano da UC), insumos (recursos humanos, financeiros e de infraestrutura), processos (tomada de decisão, pesquisa e avaliação) e resultados.

Novos dados
A avaliação da efetividade da gestão das UCs federais brasileiras foi realizada pela primeira vez no país em 2005, por meio de parceria entre WWF-Brasil e Ibama. Agora, os resultados de 2010 poderão ser comparados com os dados da primeira avaliação.

"Com isso podemos ter um retrato do sistema federal de UCs nesses dois momentos e identificar quais foram os avanços e mudanças nesse período, o que é muito positivo para direcionamento do trabalho", apontou Palazzi.

Por falar em avanços, algumas UCs já demonstram melhorias, dizem os organizadores. Um deles foi o Parque Nacional de Superagui, situado no litoral norte do Paraná. Segundo a gestora substituta do parque, Guadalupe Vivekananda, durante a análise da efetividade de gestão realizada agora na Academia Nacional da Biodiversidade do ICMBio, no estado de São Paulo, foi possível identificar que dois principais pontos de preocupação apontados em 2005 tiveram melhoras.

"A partir da primeira análise realizada, nós investimos na erradicação da captura de filhotes de papagaio-de-cara-roxa e na erradicação da especulação imobiliária no entorno do parque e de fato os problemas melhoraram. Esse é claramente um resultado do direcionamento que o Rappam proporcionou", disse a gestora.

Guadalupe ainda apontou que já saiu dessa avaliação de 2010 com uma orientação para seu trabalho, que incluirá o gerenciamento de espécies exóticas invasoras e a fiscalização da extração ilegal de palmito. Ela ainda ressaltou o contato com os outros gestores e a possibilidade de conhecer a situação das outras unidades de conservação como outros benefícios gerados pelas oficinas de avaliação.

Fonte: EcoDesenvolvimento
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