Fim do mundo: 12% dos americanos acreditam; Nasa desmente
5 dez2012 - 21h26
(atualizado às 21h49)
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As contas nas redes sociais da Nasa (agência espacial americana) estão realizando vários esforços para desmentir os rumores sobre o advento do fim do mundo que diversas teorias preveem para o final deste ano.
Segundo uma enquete da empresa de pesquisas francesa Ipsos, 12% dos americanos acredita ser verdadeiro o prognóstico dos maias que fixa o fim para o próximo dia 21 de dezembro, assim como 20% dos chineses, 13% dos mexicanos, 12% dos argentinos e 10% dos espanhóis.
Números que poderiam ser considerados "anedóticos" ou sem maior repercussão estão desencadeando, no entanto, problemas entre a sociedade americana, e por isso a Nasa decidiu desmentir com fatos estas teorias.
Os primeiros sinais que o problema era mais grave do que se esperava foram dados pelo astrofísico da agência espacial, David Morrison, que, em entrevista ao canal ABC na semana passada, afirmou receber pelo menos uma mensagem semanal de alguém que "cogita suicidar-se" antes do dia do Juízo Final.
O cientista foi além e divulgou o conteúdo de uma carta enviada por um professor de ensino médio na qual expressava seus temores sobre pais que haviam dito que "tirariam a vida deles próprios e de seus filhos antes do final de 2012".
Por tudo isso, as contas de Facebook, Twitter e Google+ da Nasa começaram a emitir conteúdos nos quais desmentem, por meio de fatos provados cientificamente, as várias teorias sobre o fim do mundo.
Na quarta-feira passada, seis cientistas da agência espacial realizaram uma videoconferência através do Google+ intitulada "Além de 2012", que durou aproximadamente uma hora e da qual participaram mais de 2 mil pessoas.
"Além de 2012: Por que o mundo não acabará" também é o nome da seção específica que a Nasa criou dentro da área de perguntas mais frequentes de seu site, na qual está o seguinte texto: "21 de dezembro de 2012 não será o fim do mundo como conhecemos, mas será um novo solstício de inverno".
No texto, é apresentada uma série de "lugares comuns" sobre o Dia do Juízo Final - o impacto de um meteorito, uma tempestade solar gigantesca, um alinhamento de planetas que tenha impacto sobre a Terra.- que são desmentidos um a um com razões científicas e comprovadas.
Por sua parte, o Facebook da Nasa postou uma mensagem na qual lembrou que Nibiru é "um planeta fictício" - algumas teorias apocalípticas apontam que Nibiru se chocará com a Terra - que recebeu cerca de 10 mil "curtidas" e foi compartilhada quase cinco mil vezes.
"A internet diz que o mundo acaba em 2012? Não acredite! Encontre os fatos científicos aqui", escreveu a Nasa no Twitter. Junto com a agência espacial americana, outras instituições como o Governo russo, a Igreja Ortodoxa russa e os governos de México e França também tentam "diminuir" a preocupação e divulgar fatos que desmintam as teorias apocalípticas.
Preocupados com sua segurança, muitas pessoas recorrem aos abrigos conhecidos como bunkers. Empresas especializadas nesse tipo de estrutura, como a Terravivos e a Bunker Brasil, podem construir até verdadeiras mansões debaixo da terra - para quem puder pagar
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
Os bunkers surgiram na Primeira Guerra Mundial - estendendo-se para os demais conflitos bélicos que vieram a seguir. Serviam para proteger, além dos soldados, combustível e munição de projéteis inimigos, que poderiam danificá-los ou fazê-los explodir. Mais tarde, passaram a ser utilizados também para proteção contra fenômenos naturais, como tornados
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
'Bunkers são estruturas construídas abaixo do nível do solo, geralmente reforçadas por concreto e chapas de aço, e que servem de abrigo para pessoa ou grupo de pessoas', explica Irenaldo Pereira, presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp) do Distrito Federal
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
Enquanto a empresa brasileira reafirma que não acredita em 'apocalipse maia' e vendi seus produtos para proteger os clientes contra ameaças reais, a americana Terravivos entre na onda do calendário maia para aquecer suas vendas
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
'O mundo está no limite, tanto economicamente quando politicamente, enquanto muitas previsões estão acontecendo. A profecia maia está no fundo de nossas mentes, mas apenas como um sinal de que é tempo para se preparar', afirma a diretora de mídia da Terravivos, Barbi Grossman.
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
Wagner Hebling, diretor da Bunker Brasil, garante que seus clientes não procuram adquirir abrigos subterrâneos motivados pelas interpretações do calendário maia. A empresa brasileira, além da construção dos abrigos abaixo do solo, faz blindagens arquitetônicas para grandes construtoras, empresas e pessoas físicas
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
'Eles não acreditam que o mundo irá acabar, como o divulgado fim do mundo, por muitas mídias. Também não acreditam que poderá acontecer algo realmente catastrófico em uma data específica como algumas pessoas deduzem em relação ao calendário Maias', afirma
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
Segundo Hebling, a empresa tem a sua opinião oficial e comunica isso aos clientes. 'A posição da empresa Bunker Brasil é bem clara. Declaramos abertamente que não acreditamos no fim do mundo'
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
O bunker, além de desastres naturais, é vendido como uma opção para defesa contra a criminalidade. Se uma casa bem munida de equipamentos de segurança não é o suficiente, o bunker pode ser opção mais reforçada
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
'Podemos dizer que as precauções dos nossos clientes são as mais diversas. Vão desde proteção contra assaltos até adversidades mais graves, que poderão gerar alterações sociais drásticas com as quais muitas pessoas não estão habituados a se deparar', diz Hebling
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
Apesar de, em várias ocasiões, Robert Vicino, CEO da Terravivos, ter se manifestado publicamente afirmando que uma grande quantidade de pessoas já havia reservado ou adquirido bunkers, não existe uma estatística oficial sobre essa procura ¿ segundo Pereira, por questões de segurança
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
'Clientes solicitam bunker também contra invasão de criminosos em suas propriedades rurais, desejando um local seguro para a permanência de sua família até o socorro policial chegar ao local, que muitas vezes é distante da área urbana'
Foto: Bunker Brasil / Divulgação
Os especialistas nesse tipo de construção, afirmam que é possível fazer um bunker para abrigar uma pequena família ou até para grupos com mais de 100 pessoas. Além da estrutura de segurança, é desenvolvido mobiliado, pronto para morar, de modo a oferecer conforto aos refugiados
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
O número de cômodos e o tamanho varia, assim como o preço, que pode ultrapassar R$ 1 milhão, dependendo da complexidade e luxo. É concebido de maneira a ter seu fornecimento de água, energia elétrica e telefone independentes do restante da casa. O tempo de permanência em um bunker depende apenas da quantidade de suprimentos estocados
Foto: Bunker Brasil / Divulgação
Além de especular sobre o possível apocalipse maia, a Terravivos também usa possíveis situações de terrorismo nuclear e anarquia ¿ provocada pelas crises econômicas em larga escala ¿ como argumentos de venda
Foto: 2012 Terravivos.com / Divulgação
'As interpretações apocalípticas sempre povoaram a cabeça das pessoas, e a cada período surgem novidades no mercado tentando atrair compradores e adeptos às suas ideias de 'salvação' das catástrofes. Mais recentemente fala-se das interpretações do calendário maia', diz Irenaldo Pereira