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Estudo destaca que Império Asteca "não era tão poderoso" como se acreditava

25 mar 2015 - 16h18
(atualizado às 16h18)
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O Império Asteca não era tão "poderoso" como se pensava até agora e não tinha o domínio completo da região mexicana onde se assentaram durante séculos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira no semanário "Journal of Archaeological Science".

"Este estudo coloca Tlaxcallan no mapa, o lugar aonde os espanhóis chegaram e buscaram apoio para a conquista do México. Descobrimos que, apesar do assédio dos astecas, os habitantes locais puderam se sustentar por si mesmos", disse nesta quarta-feira à Agência Efe a coautora do estudo, Verenice Heredia.

O estudo, intitulado "A Geopolítica do Fornecimento da Obsidiana em Tlaxcallan", é uma parceria entre a Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA), o Centro de Pesquisa e de Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional-Unidade Mérida (México), o Colégio de Michoacán (México) e a Universidade de Purdue (EUA).

Durante oito anos, os pesquisadores estudaram a república independente de Tlaxcallan, no centro do atual território mexicano e a cerca de 120 quilômetros ao leste da Cidade do México, fundada na metade do século XIII e que no ano 1500 esteve cercada pelo Império Asteca.

O objetivo da pesquisa foi descobrir de onde Tlaxcallan obtinha a obsidiana - um tipo de vidro vulcânico que era utilizado para fazer facas, pontas de lanças e flechas e objetos domésticos - cujas jazidas eram muito limitados nessa região.

"Eles (Tlaxcallan) retiravam o material de um lugar chamado 'El Paredón', que ninguém usava porque estava nos arredores do Império Asteca. Então, a pergunta é: por que os astecas, que eram abertamente hostis aos Tlaxcallan, não intervieram?", afirmou à Efe, John Millhauser, autor do estudo.

Para o acadêmico, que é docente de antropologia da Universidade Estadual da Carolina do Norte, a pesquisa comprova que "a concepção popular que o Império Asteca era o todo-poderoso antes da chegada do espanhol (Hernán) Cortés é exagerada. A região era um lugar politicamente e culturalmente conturbado".

Segundo Millhauser, a investigação deverá ganhar mais relevância nos próximos anos quando serão lembrados os 500 anos da Conquista dos Astecas e Tlaxcallan se destacará na história como a república que defendeu sua independência do mais poderoso.

EFE   
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