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Estação brasileira na Antártida ressurgirá das cinzas

21 set 2013 - 06h04
(atualizado às 08h46)
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Um lugar de proteção e reunião das pessoas para a produção do conhecimento científico: assim foi projetada a nova Estação Antártica Comandante Ferraz
Um lugar de proteção e reunião das pessoas para a produção do conhecimento científico: assim foi projetada a nova Estação Antártica Comandante Ferraz
Foto: Estúdio 41 / Divulgação

A estação científica do Brasil na Antártida ressurgirá de suas cinzas nos próximos meses com a reconstrução das instalações destruídas por um incêndio no ano passado, que abrigarão pesquisas sobre mudanças climáticas.

Antártida: conheça o continente gelado

A construção do novo complexo está avaliada entre R$ 70 milhões e 100 milhões, afirmou à Agência Efe Emerson Vidigal, um dos arquitetos da empresa Estúdio 41, encarregada do projeto.

Com mais de 4.500 metros quadrados, 17 laboratórios e uma área de alojamento com capacidade para 64 pessoas, a nova Estação Antártica Comandante Ferraz, localizada na ilha do Rei Jorge, começará a ser construída a partir do próximo verão 2013-2014.

"O desenho da estação já está feito, e em outubro será realizado um concurso internacional para escolher a empresa que será encarregada da sua construção", explicou Vidigal.

Rodeada apenas pela natureza e submetida a condições climatológicas hostis, a nova base contará com uma estação de laboratórios muito "mais equipados e modernos" que os anteriores para facilitar a tarefa dos pesquisadores no continente branco.

"As pesquisas científicas nesta região são de indubitável importância para entender o funcionamento da Terra. São essenciais para esclarecer as complexas interações entre os processos naturais globais e da Antártida", disse à Efe o capitão da Marinha, Geraldo Juaçaba.

O projeto combina a resposta às exigências científicas da base e o respeito ao meio ambiente.

"Um aspecto prioritário foi a adoção de tecnologias dirigidas a minimizar o impacto ambiental, em função das preocupações com o meio ambiente que envolvem o continente", especificou o capitão.

O edifício está organizado em dois blocos, um superior e outro inferior, sustentados através de pilares capazes de suportar as mudanças de temperatura e os efeitos do degelo que sofre a Antártida, onde chegam a ser registradas temperaturas de até 70 graus negativos.

O continente branco tem as temperaturas mais baixas do planeta, ventos de até 300 km/h e 14 milhões de quilômetros quadrados cobertos, em 90%, por uma camada de gelo de 2.500 metros de espessura.

Um incêndio registrado em 2012, no qual morreram dois militares, destruiu 70% da antiga base, incluindo o edifício principal, onde estava situada a residência.

O fogo consumiu parte dos laboratórios e, com isso, todo o material para estudos recolhido no verão anterior e que deveria servir de base para pesquisas durante o ano.

"Para evitar que este tipo de situações se repitam, a nova base terá maiores medidas de segurança, como a criação de barreiras à prova de fogo e adoção de sistemas de combate e extinção de fogo", declarou Juaçaba.

Segundo o capitão, na estação, inaugurada em 1984, eram realizados uma média anual de 20 projetos científicos, que garantem a permanência do Brasil no "seleto" grupo de países que possuem o status de Membros Consultivos do Tratado da Antártida.

Está previsto que a inauguração da nova base demore pelo menos até 2015, já que, segundo Vidigal, só é possível trabalhar na área durante os meses de verão.

Se tudo acontecer segundo o previsto, os pesquisadores brasileiros poderão retornar então a este inóspito local para tentar compreender mais de perto as pautas da mudança climática, cujas consequências estão provocando o degelo de parte das geleiras da Antártida e o aumento do nível do mar.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/ciencia/infograficos/estacao-antartica/iframe.htm" href="http://noticias.terra.com.br/ciencia/infograficos/estacao-antartica/iframe.htm">veja o infográfico</a>
EFE   
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