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Especialista espanhol critica logística brasileira para resíduos eletrônicos

15 mai 2013 - 23h07
(atualizado às 23h29)
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O Brasil enfrenta problemas de logística para o tratamento dos resíduos eletrônicos, declarou nesta quarta-feira o especialista espanhol José Ramón Carbajosa, presidente do WEEE Fórum e diretor da Fundação Ecolec.

"O problema operacional no Brasil, principalmente, é o da logística, pois o país não conta com um verdadeiro sistema ferroviário e os portos estão saturados", assinalou Carbajosa.

Segundo Carbajosa, no Brasil é mais barato realizar o tratamento de uma geladeira desprezada nas capitais do litoral nordeste, como Recife e Natal, em uma cidade espanhola como Tenerife, que no moderno centro de reciclagem para esses eletrodomésticos em São Paulo.

Carbajosa participa do IV Fórum Internacional de Logística Reversa de São Paulo, que reúne entre hoje e amanhã especialistas sobre "logística reversa" de pós-venda e pós-consumo, como se conhece o setor de reciclagem de produtos eletrônicos.

O especialista apresentará amanhã durante o fórum o projeto WEEE Trace, uma iniciativa de "eco-inovação" aplicada na Europa para aumentar a quantidade de resíduos eletrônicos administrados por um sistema de controle.

"É uma proposta para a indústria brasileira, que tem problemas no sistema de recolhimento e deve incluir todos os agentes, partindo dos sucateiros, e canalizar todo o processo de uma forma adequada", explicou Carbajosa.

O projeto na Europa, que conta com um moderno sistema de monitoração dos resíduos da cadeia produtiva, tem uma duração de 36 meses, até julho de 2014, e 50% do financiamento corre a cargo da União Europeia (UE).

Para o espanhol, os oito anos de vantagem da Europa nesse tema, inclusive com os problemas nos países do sul desse continente, como Espanha, Portugal e Itália, podem encurtar-se no Brasil com um acordo setorial e a implementação da legislação proposta em 2010, que deve ser regulamentada nos próximos dias.

Por exemplo, em 2011, citou Carbajosa, o mercado espanhol produziu 664.900 toneladas de resíduos de aparelhos eletrônicos, mas apenas 30% receberam um tratamento adequado, situação que deixa um vazio e põe em risco à saúde pública.

EFE   
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