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Estados Unidos

Virgin: função de reentrada da nave foi ativada precocemente

Investigações sobre causas da queda no deserto de Mojave, na Califórnia, continuam; acidente matou piloto e feriu outro gravemente

3 nov 2014 - 10h02
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<p>Agentes de segurança observam destroços de espaçonave da Virgin Galactic SpaceShipTwo perto de Cantil, na Califórnia</p>
Agentes de segurança observam destroços de espaçonave da Virgin Galactic SpaceShipTwo perto de Cantil, na Califórnia
Foto: David McNew / Reuters

Uma investigação sobre o trágico acidente com a espaçonave da Virgin Galactic descobriu que uma função para ajudar a nave a reentrar na atmosfera foi ativada antes da hora, disse um funcionário de segurança aérea nacional dos Estados Unidos no domingo, acrescentando que erro do piloto não poderia ser descartado.

A Comissão Nacional de Segurança de Transportes (NTSB, na sigla em inglês) está liderando as investigações sobre o que pode ter levado a nave a cair no deserto de Mojave, na Califórnia, durante um voo de testes na sexta-feira, matando o piloto e ferindo o outro gravemente.

A cauda rotativa de expansão da SpaceShipTwo, um recurso de segurança para reentrada na atmosfera, foi acionado antes da hora, disse Christopher Hart, presidente em exercício da NTSB, na noite de domingo -- embora tenha acrescentando que é muito cedo para saber se essa medida foi o que causou o acidente.

A Virgin Galactic é uma incipiente companhia de turismo espacial do empreendedor bilionário Richard Branson.

O bilionário fundador da Virgin Galactic, Richard Branson, saudou a coragem dos pilotos de teste
O bilionário fundador da Virgin Galactic, Richard Branson, saudou a coragem dos pilotos de teste
Foto: Brian Melley / AP

Hart disse em entrevista coletiva que os investigadores haviam determinado que o sistema que ajuda a nave a descer para a atmosfera vindo do espaço deveria ser acionado quando o veículo estivesse viajando a cerca de 1,4 vez a velocidade do som.

Em vez disso, o sistema começou a atuar quando a nave, acionada por foguetes, estava viajando em Mach 1, disse ele, utilizando o termo técnico para a velocidade do som a uma determinada altitude.

Hart disse que o sistema foi destravado muito cedo pelo co-piloto, de acordo com vídeo da cabine do avião.

“Não estou declarando que essa é a causa do acidente. Temos meses e meses de investigação para determinar qual foi a causa”, disse Hart.

Questionado se a NTSB estava considerando a possibilidade de erro do piloto, Hart disse: “Não estamos descartando. Estamos olhando para todas essas questões para determinar a raiz da causa deste acidente... Estamos olhando para uma série de possibilidades, incluindo essa (de erro do piloto)."

A SpaceShipTwo foi liberada normalmente da aeronave que a transportou para a altitude de lançamento, a WhiteKnightTwo, a cerca de 45 mil pés (quase 14 quilômetros). Pouco depois, o seu motor híbrido de foguete, que estava voando pela primeira vez com um novo propulsor plástico, foi acionado como planejado, disse Hart. 

Investigadores também recuperaram, intactos, os tanques de propulsão e o motor da SpaceShipTwo, indicando que não houve explosão.

A aeronave estava conduzindo voos de testes e ainda não estava certificada para operações comerciais quando o acidente aconteceu, adiando indefinidamente o começo do serviço de passageiros. 

Branson e seu filho planejam voar no primeiro voo comercial. Cerca de 800 pessoas já pagaram ou iniciaram o pagamento para ir ao espaço com a companhia, em uma viagem que custa 250 mil dólares.

A Virgin Galactic é uma divisão do Virgin Group, conglomerado de empresas fundado por Branson, cujo império abrange de companhias aéreas e lojas de música e telefonia celular.

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