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Uruguai tem planetário com projetor mais antigo de mundo

15 mai 2016 - 09h59
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Uma enorme estrutura metálica chama a atenção na sala do Planetário de Montevidéu, o Spitz modelo B, o projetor em funcionamento mais antigo do mundo e que há mais de 60 anos mostra as estrelas e o céu noturno do Uruguai.

O Spitz começou a funcionar em 1955 e, além de ser o projetor planetário mais antigo usado no mundo, foi também o primeiro a abrir o campo da astronomia à população em um país ibero-americano, disse à Agência Efe o diretor da instituição, Óscar Méndez.

Com um delicado sistema de engrenagens, este instrumento de mais de 500 quilos se movimenta e mostra as estrelas que podem ser observadas de qualquer latitude da terra graças às dezenas de orifícios pelos quais emite pequenos raios de luz que desenham cada um dos astros na cúpula da sala.

"Uma semiesfera mostra o céu do hemisfério norte e a outra o céu do sul", detalhou Méndez.

Como se fosse algo mágico, a abóbada do planetário escurece e pouco a pouco aparecem as estrelas no céu. Primeiro os planetas e as mais brilhantes, depois o restante dos astros.

O sistema de projeção também conta com "um projetor para cada um dos cinco planetas que podem ser vistos a olho nu: Mercúrio, Vênus, Saturno, Marte e Júpiter; um para o Sol, outro para a Lua e mais um para as figuras que imaginamos nas constelações", explicou Méndez.

Tudo é controlado de forma mecânica e a cada semana a posição das estrelas varia de acordo com os ciclos das estações do ano para, desta forma, mostrar o céu de Montevidéu da maneira mais fiel possível ao dia da projeção.

Todos os anos os funcionários do Planetário têm dois meses para testar o aparelho, desmontar a estrutura e buscar soluções para os problemas devido ao uso e ao tempo.

"Por ser o instrumento planetário mais antigo do mundo em funcionamento, suas peças não podem ser encontradas no supermercado da esquina. Essas peças não são mais fabricadas", brincou Méndez.

Por exemplo, o tipo de lâmpada que o planetário utiliza é importado ano a ano exclusivamente para que o Spitz continue a funcionar.

"O Planetário de Montevidéu é o único consumidor destas lâmpadas, que são importadas especialmente para que nós as utilizemos", garantiu Méndez.

Um dos lugares aos quais os funcionários do Planetário habitualmente recorrem para conseguir correias ajustadas para a mecânica do instrumento são as casas de sucatas de automóveis.

"Se fosse um carro, seria um carro de coleção que algum magnata petroleiro de algum emirado teria em sua casa, entre algodões", comentou Méndez, que contou que a instituição tem dois técnicos que se dedicam exclusivamente à manutenção deste instrumento "patrimonial".

"Paradoxalmente, o que nós gastamos por ano em manutenção é o equivalente a um carro usado. Com o custo de um carro usado há alguns anos, nós mantemos uma Ferrari clássica dos anos 50", ressaltou o diretor da instituição.

Além da singularidade deste planetário, Méndez destacou o trabalho diário realizado para a divulgação científica.

"O planetário deveria ser um lugar para as pessoas saírem emocionadas com o fato de que nós seres humanos podemos explicar muitas coisas, embora também existam muitas outras que ainda não temos ideia de como explicar", mas a ciência contribui para encontrar explicações, concluiu.

EFE   
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