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Soyuz atraca na ISS levando três astronautas

27 mar 2015 - 23h48
(atualizado às 23h48)
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A nave espacial Soyuz, com um americano e dois russos a bordo, atracou na madrugada deste sábado na Estação Espacial Internacional (ISS), onde dois integrantes do grupo permanecerão por um ano, informou a Nasa.

Após ser lançada às 19h42 GMT (16h42 Brasília) do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, a Soyuz-TMA16M realizou um voo sem incidentes, de seis horas, até atracar na ISS, à 01h33 GMT de sábado.

O engenheiro da Agência Espacial Americana (Nasa), Scott Kelly, e o russo Mikhail Kornienko passarão 342 dias na ISS. Já o terceiro tripulante, o russo Gennady Padalka, ficará no espaço durante o período habitual de seis meses.

Encontram-se na ISS, atualmente, o russo Anton Shkaplerov, a italiana Samantha Cristoforetti e o americano Terry Virts. O trio deve voltar à Terra em maio.

Kelly, de 51 anos, e Kornienko, de 54, farão uma missão especial de teste dos efeitos de voos espaciais sobre o corpo humano durante longos períodos.

Será o tempo ininterrupto mais longo dentro da ISS desde que a estação recebeu o primeiro visitante, em 2000.

Fora da ISS, o cosmonauta russo Valeri Poliakov tem o recorde da maior estadia em órbita, com mais de 14 meses consecutivos a bordo da estação espacial Mir entre 1994 e 1995.

Antes de partir, Kelly se disse preocupado pelo efeito das radiações e pela ausência de gravidade, e também porque a estadia prolongada afeta o sistema imunológico, reduz a densidade óssea e atrofia os músculos. A falta de gravidade também afeta a visão.

"Espero que isto não seja muito difícil e que possamos continuar vivendo e trabalhando no espaço durante períodos mais longos", disse. "Mas não saberemos até o final da experiência".

Seu irmão gêmeo, Mark, um astronauta aposentado que também realizou várias missões dentro da ISS, participará do experimento da Terra. Fará exames médicos com frequência para que a equipe médica possa comparar os parâmetros clínicos com os apresentados dentro da estação orbital.

Também serão feitos exames genéticos para determinar a forma como um voo prolongado ao espaço pode afetar o organismo, afirmou Julie Robinson, uma das cientistas responsáveis pelo programa.

Assim como em suas estadias anteriores a bordo da ISS, Scott Kelly vai passar uma parte de seu tempo lendo e vendo jogos de basquete e hóquei na televisão. Além disso, ele tem a intenção de levar um diário onde vai registrar suas experiências e impressões. Kelly disse que sentirá muita falta de sua família. É divorciado e tem dois filhos.

Mikhail Kornienko é casado e tem uma filha.

Para o cosmonauta russo Gennady Padalka, que comandará a ISS durante os seis primeiros meses da estadia de Kelly e Kornienko, a prova mais difícil não será física, mas psicológica.

"A missão de Scott Kelly é essencial para o objetivo dos Estados Unidos de enviar astronautas a Marte", declarou o diretor da Nasa, Charles Bolden.

"Vamos obter novos dados sobre os efeitos dos voos espaciais de longa duração sobre o organismo humano".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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