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Sonda da Nasa revela existência de montanhas jovens em Plutão

15 jul 2015 - 19h17
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A sonda espacial New Horizons, da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), enviou nesta quarta-feira imagens surpreendentes que revelam a existência de jovens montanhas em Plutão e outras novidades, depois que a nave passou ontem a 12,5 mil quilômetros da superfície do planeta anão.

Estas novas imagens mostram "um conjunto de montanhas com picos de até 3.500 metros acima do corpo de gelo", informou hoje a Nasa, depois que recebeu as últimas imagens enviadas pela sonda.

Trata-se de uma das superfícies mais jovens jamais vistas no Sistema Solar, segundo a Nasa, já que se formaram "há cerca de 100 milhões de anos" em um sistema que tem mais de 4,5 bilhões de anos.

A agência americana também anunciou que "a região do planeta em forma de coração" será batizada como Clyde Tombaugh, em memória do astrofísico que descobriu, em 1930, no observatório Lowell, no Arizona, o ponto de luz que hoje chamamos de Plutão.

Também como homenagem a Tombaugh, a New Horizons levou suas cinzas durante os nove anos e meio de travessia e os 4.828 milhões de quilômetros percorridos nesta missão, que tem como objetivo lançar uma luz sobre um planeta que é um autêntico enigma para os cientistas.

"Agora temos um pequeno planeta isolado que está mostrando atividade após 4,5 bilhões de anos. (Esta missão) vai enviar muitos geofísicos para o ponto de partida", disse o pesquisador principal, Alan Stern.

As imagens recebidas hoje virão seguidas de vários materiais com informações sobre o planeta, que continuarão chegando nos próximos 16 meses, e sobre os quais os cientistas têm grandes expectativas.

Graças a esta missão, já se sabe que Plutão é 80 quilômetros mais largo e tem mais 2.370 quilômetros de diâmetro do que se pensava.

Assim, Plutão é maior que Eris, um dos milhares de miniplanetas e objetos situados além do planeta Netuno, na região denominada de Cinturão de Kuiper.

A sonda New Horizons sobreviveu ontem, com sucesso, a sua histórica aproximação a Plutão, que apresentava riscos, já que nunca antes se tinha voado tão perto do planeta anão.

A nave não pode recolher dados e enviá-los simultaneamente à Terra, por isso esteve incomunicável com o centro de controle da missão durante as 22 horas que cercaram seu histórica aproximação de Plutão.

Com isso, durante quase um dia os investigadores se mantiveram em expectativa porque existia o risco de a sonda ficar danificada se batesse contra uma rocha ou uma pequena pedra imprevista do desconhecido sistema de Plutão.

A Nasa estimava que o risco de colisão era de 1 em 10.000, mas insistia que, afinal de contas, a missão se dirigia "rumo ao desconhecido", por isso não podia descartar nenhum cenário.

Agora, a sonda, que se desloca a 49.889 km/h e pesa 480 quilos, continuará sua viagem pelo Cinturão de Kuiper, cujo descobrimento, em 1992, fez com que Plutão fosse rebaixado da categoria de planeta para a de planeta anão.

Quando esta fabulosa travessia começou, no dia 19 de janeiro de 2006, em um foguete Atlas V, lançado de Cabo Canaveral, na Flórida, a Nasa enfatizava que Plutão era o único dos nove planetas do Sistema Solar ao qual nenhuma nave espacial jamais tinha chegado.

Poucos meses depois, em agosto, Plutão foi rebaixado à categoria de planeta anão pela União Astronômica Internacional (UAI).

A New Horizons também deu um susto nos cientistas no início deste mês, ao experimentar problemas técnicos quando faltavam duas semanas para que alcançasse sua meta, mas as dificuldades foram solucionadas sem que os cientistas encontrassem problemas em seu equipamento, nem em seu sistema de computadores.

EFE   
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