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Philae se mantém em silêncio sobre cometa e preocupa cientistas

20 jul 2015 - 08h50
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O módulo Philae, que em novembro aterrissou sobre um cometa depois de se separar da sonda Rosetta, não se comunica com a Terra desde o último dia 9 e os cientistas temem que as antenas do robô estejam obstruídas.

Conforme um comunicado divulgado nesta segunda-feira pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que se encarrega de decifrar as informações que Philae envia, os cientistas estão testando comandos para tentar otimizar as funções do módulo.

"Na telemetria recebida observamos sinais de que Philae pôde se movimentar. Acreditamos que suas antenas possam estar escondidas ou sua orientação mudou", explicou o diretor do projeto do DLR, Stephan Ulamec.

Os últimos dados enviados pelo módulo mostravam que os painéis estavam recebendo grande quantidade de luz solar e que contava com energia suficiente para funcionar, mas o padrão mudou claramente entre junho e julho e não pode ser explicado apenas pelo curso das estações no planeta.

Ulamec lembrou que a chegada de Philae ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em 12 de novembro, um marco da Agência Espacial Europeia (ESA), não foi simples, já que aterrissou em uma área escura e rochosa, após três tentativas e dois rebotes. O pouso foi feito na beira de uma cratera e em um terreno desigual, com o que o mínimo movimento, talvez empurrado pela liberação de gases na superfície do planeta, pôde deixar as antenas obstruídas por objetos situados acima do módulo.

Outra hipótese que os cientistas ventilam é que uma das duas unidades radiorreceptoras de Philae tenham sofrido algum dano e que uma das unidades de transmissão não funcione com normalidade.

Segundo o DLR, Philae está programado para acender de forma alternativa e periodicamente seus transmissores, por isso esses erros poderiam explicar o fato de a comunicação ser tão irregular.

Para verificar esta hipótese, foram enviados "comandos cegos" ao módulo, que têm como objetivo ativar o transmissor de Philae que esteja operando, o que permitirá voltar a estabelecer comunicação com o robô quando receber luz solar suficiente como para acender-se.

Apesar dos problemas, os cientistas afirmam que o módulo ainda está operando porque envia dados, embora com intervalos irregulares e em momentos surpreendentes.

Para receber informação de Philae é fundamental que o módulo se contate com a sonda Rosetta, que seguirá voando em uma órbita ótima para estabelecer essa comunicação até a próxima sexta-feira.

Depois a sonda se movimentará sobre o hemisfério sul do cometa, mais iluminado pelo Sol, e alternará as tentativas de comunicação com Philae com a observação de 67P/Churyumov-Gerasimenko.

EFE   
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