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Paralisação da administração dos EUA se reflete na exploração espacial

14 out 2013 - 06h11
(atualizado às 06h13)
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A paralisação das agências do governo dos Estados Unidos, que mandou mais de 800 mil funcionários para casa, suspendeu várias atividades de exploração espacial, mas algumas pessoas arrumaram uma forma de atualizar os amantes do espaço através da internet.

Os astronautas Mike Hopkins e Karen Nyberg, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), continuam orbitando a cerca de 400 quilômetros da Terra e a mais de 27 mil km/h, e passam o tempo todo no Twitter.

"Algumas vez você já olhou para as nuvens e deixou sua imaginação ver formas diferentes?", tuitou Hopkins um dia depois da paralisação, com o texto sendo acompanhado por bela fotografia das nuvens vistas da ISS. "Também funciona aqui do espaço", completou.

O site da Nasa (agência espacial americana) está temporariamente fechado, da mesma forma que o de outras muitas agências do governo, desde o dia 1º de outubro, quando a recusa republicana a aprovar fundos para a administração forçou a suspensão de mais de 800 mil funcionários públicos.

Porém, as milhões de pessoas que, no mundo todo, seguem com paixão a exploração espacial encontraram uma forma de cobrir o silêncio da Nasa: uma rede no Twitter e no Facebook atualiza as informações que podem ser obtidas de diferentes fontes autorizadas.

Bill Dunford, de Salt Lake City, em Utah, que trabalha para uma companhia de informática, criou a hashtag #ThingsNASAMightTweet, e Angela Gibson, uma educadora em Norfolk, Virgínia, convocou no Facebook os meios de comunicação que cobrem habitualmente a Nasa para que "preencham a brecha" com as redes sociais.

A Sociedade Astronômica dos Estados Unidos segue colhendo, entre os astrônomos de todo o país, histórias que ilustrem o impacto sobre a pesquisa científica que está sendo afetada pela paralisação parcial do governo, que completa duas semanas nesta segunda-feira.

O Observatório Nacional de Radioastronomia, que fechou seu escritório central na Virgínia, suspendeu as atividades na sexta-feira, dia 4, com o que fecharan seus olhos ao universo os observatórios Very Large Array e o Very Long Baseline Array, no Novo México; e o Green Bank Telescope na Virgínia Ocidental.

A agência é também responsável pela operação do radiotelescópio ALMA no Atacama, no Chile, mas essa instalação pode seguir funcionando por outras duas ou três semanas.

Já a administração do gigantesco radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, fez planos para a suspensão de todos seus empregados em meados de outubro se for prolongada a paralisação da burocracia federal.

A Nasa, que teve que suspender 97% de seus funcionários, adiou temporariamente a preparação para o lançamento da cápsula MAVEN, projetada para o estudo de Marte.

O período propício para o lançamento da MAVEN termina em meados de dezembro e, se o instrumento desenhado para melhorar as comunicações entre a Terra e os robôs exploradores no planeta vermelho não partir, terá que esperar até 2016 por uma nova posição adequada dos planetas.

A paralisação também forçou a Nasa a silenciar as comunicações radiais com outra missão, a cápsula INCLINE, que chegou com sucesso na órbita da Lua no domingo passado.

Várias conferências de ciência espacial foram suspensas. mas, por enquanto, o Laboratório de Propulsão da Nasa em Pasadena, Califórnia, segue operando normalmente, uma vez que seus empregados trabalham para a Universidade Tecnológica da Califórnia (Caltech) e não para a agência federal.

De todos modos, a direção do Laboratório indicou que reavaliará a situação semanalmente se acontecer o prolongamento do fechamento do governo.

Por fim, o experimento HiRISE, que é realizado pela cápsula de Reconhecimento Orbital de Marte, da Nasa, é administrado pela Universidade do Arizona que, por meio do Twitter, indicou que tem fundos para continuar os trabalhos até o fim do mês.

EFE   
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