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Nasa prepara lançamento de sonda Juno para Júpiter

27 jul 2011 - 19h20
(atualizado em 5/8/2011 às 18h22)
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Um satélite da Nasa, a agência espacial americana, foi colocado nesta quarta-feira a bordo de um foguete não-tripulado Atlas 5 que deve ser lançado na sexta-feira da semana que vem do Cabo Canaveral, como parte de uma inédita missão ao coração de Júpiter. A sonda robótica, chamada Juno, deve passar um ano dando voltas dentro dos letais cinturões de radiação jupiterianos, chegando bem mais perto do planeta do que suas antecessoras.

Na imagem à esquerda, registrada neste ano, uma das faixas mais escuras de Júpiter não pode ser vista. Na direita, ela aparece onde normalmente deveria estar, no hemisfério sul, próxima do centro do planeta
Na imagem à esquerda, registrada neste ano, uma das faixas mais escuras de Júpiter não pode ser vista. Na direita, ela aparece onde normalmente deveria estar, no hemisfério sul, próxima do centro do planeta
Foto: Reprodução

O objetivo é descobrir quanta água existe por lá, o que motiva os enormes campos magnéticos do planeta, e se existe um núcleo sólido por baixo da sua atmosfera densa e quente. "Júpiter guarda vários segredos-chaves sobre como fomos formados", disse o cientista Scott Bolton, do Instituto de Pesquisas do Sudoeste, em San Antonio, Texas.

Os cientistas acreditam que Júpiter foi o primeiro planeta a ser formado depois do nascimento do Sol, mas não se sabe exatamente como. Um dado importante que falta é a quantidade de água existente dentro do planeta gigante, que orbita o Sol a uma distância cinco vezes superior à da Terra.

Júpiter, como o Sol, é formado principalmente de hidrogênio e hélio, com pitadas de outros elementos, como oxigênio. Cientistas acreditam que esse oxigênio se liga ao hidrogênio para formar água, o que pode ser mensurado por sensores de micro-ondas, um dos oito instrumentos científicos da sonda Juno. O conteúdo aquático de Júpiter está diretamente ligado ao lugar e à maneira como o planeta se formou.

Alguns indícios apontam que ele surgiu em regiões mais frias, e então migrou para mais perto do Sol. Outros modelos computacionais sugerem que o planeta se formou mais ou menos na sua atual posição, pelo acúmulo de antigas bolas de gelo.

Seja como for, Júpiter acabou com pelo menos o dobro de massa do que todos os outros sete planetas somados, o que lhe dá musculatura gravitacional suficiente para preservar praticamente todos os seus materiais constituintes. "Por isso ele é tão interessante para nós se quisermos voltar no tempo e entendermos de onde viemos e como os planetas foram feitos", disse Bolton.

A viagem de Juno a Júpiter levará cinco anos. Quando chegar lá, em julho de 2016, a sonda vai se instalar numa estreita faixa entre o planeta e a beirada interior do seu cinturão de radiação. A sonda, alimentada por energia solar, passará então um ano orbitando os pólos jupiterianos, chegando a apenas 5 mil quilômetros do topo das suas nuvens.

Só uma sonda atmosférica lançada pela Galileo, última nave enviada pela Nasa ao planeta Júpiter, chegou mais perto do que isso, mas ela foi capaz de enviar dados durante apenas 58 minutos, antes de sucumbir à pressão e ao calor extremos daquele ambiente.

O "coração" eletrônico da Juno está protegido por um baú de titânio, mas mesmo assim deve durar apenas cerca de um ano. Sua última ação será mergulhar na atmosfera do planeta, para evitar uma contaminação nas luas de Júpiter, onde teoricamente há condições de existir vida.

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