Ocorre na noite desta sexta-feira e madrugada de sábado a melhor chuva de meteoros do ano para quem mora no Hemisfério Sul do planeta: geminídeas - ou geminídeos. O astrônomo Gustavo Rojas, representante no Brasil do Observatório Europeu do Sul (ESO) e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), explica que quem quiser observar o fenômeno deve procurar, por volta das 23h, as "Três Marias". Perto delas, o astro mais brilhante será Júpiter, que estará na constelação de Gêmeos - de onde os meteoros parecem sair.
Um local bem escuro é mais adequado para a observação. O melhor horário é a partir das 4h de sábado, quando a Lua estará baixa no horizonte - de onde não atrapalha a visualização - e a constelação alta no céu. O problema em boa parte do País é a quantidade de nuvens que impossibilitam visualizar os meteoros.
"Para nós do Hemisfério Sul, essa é a melhor (chuva de meteoros). No Hemisfério Norte eles têm chuvas que tem uma atividade comparável, como perseidas em agosto", diz Rojas, que afirma que, nos últimos anos, a geminídeas foi considerada ainda melhor que perseidas.
Firmado em dezembro de 2010, o acordo de participação do Brasil no Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) foi celebrado pelos cientistas brasileiros. Contudo, quase três anos depois o projeto, que custará aproximadamente R$ 1,1 bilhão ao longo de 11 anos, ainda espera aprovação do Legislativo. Veja a seguir algumas das instalações do ESO que os brasileiros podem ter acesso
Foto: Matheus Pessel / Terra
Com um espelho de 39 metros, o E-ELT será o maior telescópio óptico e infravermelo próximo
Foto: ESO/L. Calçada / Divulgação
O Cerro Armazones, no Chile, terá o topo explodido para dar espaço à construção do E-ELT. O Brasil pode ter papel fundamental no telescópio de 1 bilhão de euros, principalmente com o dinheiro que aplicará no acordo
Foto: Matheus Pessel / Terra
Atualmente, no local há apenas um pequeno telescópio para medir a turbulência da atmosfera e uma estação meteorológica
Foto: Matheus Pessel / Terra
O VLT é um conjunto de quatro telescópios com espelhos de 8,2 metros, entre os maiores e mais modernos do mundo. Os cientistas no Brasil podem enviar propostas para usar o tempo de observação deste e de outros telescópios do ESO
Foto: Matheus Pessel / Terra
Para membros do ESO, os brasileiros precisam entender os instrumentos e as capacidades dos telescópios para se integrar à comunidade do observatório
Foto: Matheus Pessel / Terra
No Cerro Paranal, onde fica o VLT, um dos principais telescópios do ESO, há diversas referências ao Brasil de bandeiras a nome de novela que apelida um dos túneis do VLT. O observatório tenta passar essa empolgação aos cientistas que ficam no Brasil
Foto: Matheus Pessel / Terra
Com nove antenas, o Alma já era considerado o melhor telescópio no registro de ondas milimétricas e submilimétricas. Quando estiver pronto, ele terá 66 antenas em funcionamento
Foto: Matheus Pessel / Terra
Para funcionarem corretamente, as antenas do Alma precisam ter uma sincronia de 1 milionésimo de milionésimo de segundo. Além disso, a distância entre cada antena e o computador que reúne os dados precisa ser conhecida com a precisão de equivalente ao diâmetro de um fio de cabelo humano. O equipamento ainda precisa reduzir as perturbações sofridas pelas ondas eletromagnéticas antes destas tocarem cada antena. Para fazer tudo isso, o Alma tem o melhor supercomputador não militar do planeta, o correlator
Foto: Matheus Pessel / Terra
A comunidade científica ficou animada com o Alma. Atualmente, com cerca de 30 antenas em funcionamento, o telescópio só consegue atender 10% dos pedidos de pesquisa
Foto: Matheus Pessel / Terra
O Apex foi um experimento feito para a criação das antenas europeias do Alma. Com 12 metros de diâmetro, ele fica no mesmo platô que o irmão maior, a 5,1 mil metros de altitude
Foto: Matheus Pessel / Terra
A baixa umidade, a pequena "turbulência" da atmosfera e o céu limpo em praticamente todo o ano fazem do Atacama o melhor local do planeta para observar o espaço, por isso tantos países constroem telescópios por aqui. Na parte inferior esquerda da imagem é possível ver a cúpula da Residência, onde vivem os astrônomos, engenheiros e técnicos durante os períodos de observação