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Mars Express completa 10 anos do lançamento a Marte

4 jun 2013 - 14h27
(atualizado às 14h28)
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Esta foto foi tirada pela sonda da Nasa Mars Global Surveyor
Esta foto foi tirada pela sonda da Nasa Mars Global Surveyor
Foto: ESA / Divulgação

No dia 2 de junho de 2003, os engenheiros e cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) aproveitaram uma janela que ocorre a cada 26 meses para usar a rota mais curta até Marte. Lançada do cosmódromo de Baikonur, a sonda Mars Express atravessou o espaço entre a Terra e nosso vizinho a 10,8 mil km/h. Foram seis meses de viagem, mesmo aproveitando o "atalho" causado pela aproximação dos dois planetas, para a chegada da primeira sonda europeia na quarta rocha do Sistema Solar.

No sexto dia na órbita marciana, o satélite largou sua companheira: a Beagle 2. O robô deveria pousar em solo marciano e começar a transmitir dados do planeta. Contudo, o equipamento ficou incomunicável. Em 6 de fevereiro de 2004, menos de dois meses depois, foi considerada oficialmente perdida.

Se a sonda em solo foi um fracasso, a em órbita teve um destino inverso. A Mars Express teve missão inicial prevista em 687 dias, ou um ano marciano. Dez anos depois, ela ainda está em funcionamento e deve operar pelo menos até o final de 2014. 

O satélite é capaz de monitorar diversos aspectos do planeta vermelho, da superfície à última camada da atmosfera e até as duas luas. Ela teve papel central para as sondas da Nasa que chegaram depois dela. O local de pouso da Curiosity, por exemplo, foi decidido com participação de dados da Mars Express. Além disso, ela monitorou a descida desta sonda americana, em 2012, e da Phoenix, em 2008.

Entre os feitos mais interessantes da sonda, estão indícios da vida vulcânica em Marte. Boa parte de seus vulcões esteve ativa nos últimos milhões de anos, e alguns pequenos montes ainda teriam capacidade de expelir lava. Além disso, ela descobriu certos tipos de minerais que se formam apenas na presença de água, aumentando a gama de dados sobre a presença do líquido em Marte. Por outro lado, os mesmos dados indicam que a superfície do planeta está seca há pelo menos 3,5 bilhões de anos.

Concepção artística mostra a sonda em órbita em Marte
Concepção artística mostra a sonda em órbita em Marte
Foto: Nasa / Divulgação

Mas se não há líquido, há gelo. As observações do satélite indicam que boa parte do gelo dos pólos marcianos é mesmo água. Além disso, um dos instrumentos determinou a profundidade das camadas congeladas dos extremos marcianos: 3,7 quilômetros no sul e 2 quilômetros no norte. Somente com o gelo do polo sul de Marte, haveria água suficiente para cobrir o planeta inteiro com uma camada de 11 metros de profundidade.

Outra descoberta do equipamento foi uma grande quantidade de metano na atmosfera. A concentração desse gás é muito maior na Terra, contudo, chama a atenção que ele quase totalmente é produzido por meios biológicos (uma pequena fração vem da atividade vulcânica). Os dados levaram a uma discussão entre os cientistas: seria o metano marciano resultado de processos biológicos ou geológicos?

Fonte: Terra
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