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Inscrições para viagem sem volta a Marte se encerram neste sábado

Mais de 165 mil já se inscreveram para participar do projeto Mars One

30 ago 2013 - 22h29
(atualizado às 22h29)
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Sonda Curiosity, que chegou em Marte há um ano, é um jipe-robô que custou US$ 2,5 bilhões
Sonda Curiosity, que chegou em Marte há um ano, é um jipe-robô que custou US$ 2,5 bilhões
Foto: Reuters

As inscrições para disputar uma vaga no projeto Mars One, que levará os primeiros colonizadores humanos a Marte, se encerram neste sábado, dia 31. Os interessados devem ser maiores de 18 anos e precisam pagar uma taxa de registro que varia de acordo com o país de origem. É preciso ainda preencher um formulário, enviar o currículo e um vídeo de apresentação para o site oficial - http://www.mars-one.com/en/.

A seleção dos futuros astronautas será feita em quatro etapas, sendo que a primeira é a confirmação da inscrição com base no material enviado pelo candidato. A próxima fase começa em setembro.

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Viagem

A viagem prometida pelo Mars One é para afugentar quem está na dúvida. Estão previstos sete a oito meses de deslocamento em uma estrutura apertada com outros três voluntários. Relações humanas devem ser testadas ao limite nesse ambiente. Também haverá pouca comida e nada de banho, apenas lenços umedecidos.

Tais adversidades não serão reduzidas na aguardada chegada. A temperatura média da superfície em Marte é de -65°C. Há frequentes tempestades de poeira e uma atmosfera formada em 95% por dióxido de carbono e com apenas 0,2% de oxigênio. "Marte não é fácil. Pouca atmosfera e muito frio. Como gerar calor para as pessoas e para, por exemplo, as estufas de produção de alimentos? Esses desafios podem ser vencidos, mas dificilmente por grupos isolados de pessoas voluntariosas", avalia o doutor em Astrofísica Jorge Ducati, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/infograficos/panoramicas-de-marte/iframe2.htm" href="http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/infograficos/panoramicas-de-marte/iframe2.htm">veja o infográfico</a>

Filipe Moreira acredita que encontrará em Marte poeira, radiação, frio, solidão e muito trabalho, mas se diz preparado. Quanto à comida, água e ar racionados, entende ser um preço justo pela oportunidade. "Sem dúvida, o que eu mais sentiria falta em Marte seria um belo pedaço de picanha", afirma.

Tecnologia

Entre especialistas, sobra descrença quanto ao possível sucesso da missão. Para Jorge Ducati, ainda não há tecnologia disponível e segura de manutenção de vida em Marte. Sistemas de extração de água, de obtenção de oxigênio e sua reciclagem, de geração de calor e de produção de alimentos, entre outros, terão que ser desenvolvidos a tempo de ser comprovada sua confiabilidade.

Para ele, o caminho para Marte é o de uma aproximação gradual, como está sendo feito com os sistemas robóticos. Algum dia, mas não antes de 2030, humanos irão ao Planeta Vermelho em uma expedição internacional, acredita. "Este tem sido o caminho para repartir custos que são tão altos que mesmo as superpotências hesitam em investir sozinhas", considera.

Outros óbices estão no custo e nas naves, avalia Ducati. Atualmente, apenas os Estados Unidos têm projeto minimamente coerente de desenvolvimento de foguetes e outros equipamentos, com o objetivo de viagens ao espaço além da órbita lunar. "Não seria provável que os EUA cedessem sua tecnologia para o projeto Mars One, nem que vendessem", conclui.

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