Estudo: superexplosão de estrela foi "estopim" do sistema solar
7 jul2010 - 12h59
(atualizado às 13h15)
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Quando uma estrela morre, ela dá origem a outra (ou outras). Os restos da antiga acabam por fazer parte de uma nova. O "ciclo da vida" estelar ocorre há bilhões de anos e é responsável pela criação de novos elementos - desde as primeiras estrelas de hidrogênio e hélio até as atuais que possuem elementos mais pesados, como carbono, ferro e oxigênio. Além de ter papel fundamental na criação da maioria dos elementos que compõem os nossos corpos, um novo estudo indica que esse ciclo também pode ter sido o "estopim" do surgimento do sistema solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos. As informações são da Scientific American.
Segundo os pesquisadores, um modelo indica que a onda de choque de uma supernova (explosão ocorrida no fim da vida de uma estrela supermassiva) a muitos anos-luz provavelmente deu início ao colapso da nuvem de moléculas que viria a formar o Sol e os planetas do nosso sistema.
Astrofísicos encontraram as "impressões digitais" de radioisótopos de vida curta, que há muito tempo se tornaram elementos mais estáveis, em meteoritos primitivos. Segundo os cientistas, esse radioisótopos só poderiam ter sido incorporados pelos primeiros corpos do sistema solar se eles chegassem a esses corpos por um cataclisma próximo, como uma explosão estelar ou uma estrela que "jogasse" esse material para cá.
Alguns pesquisadores criaram a hipótese de que esses isótopos de vida curta chegara em uma onda de choque forte o suficientes para colapsar a nuvem de moléculas pré-solar, dando início à formação do sistema e injetando novos materiais sintetizados pela estrela morta. Contudo, os modelos iniciais falharam em simular como teria ocorrido uma "entrega" de matéria suficiente para o sistema nascente.
O pesquisador Alan Boss, coautor do estudo, e sua equipe então começaram a testar diversos parâmetros de como esse choque teria ocorrido. Segundo Boss, a incorporação no modelo de ondas de choque mais finas e controladas resolveu o problema. Além disso, o modelo indica que o "gatilho" da criação do sistema solar pode ter sido criado tanto por uma supernova quanto pelo material ejetado por uma estrela do ramo gigante assintótico (AGB, na sigla em inglês).
Segundo o cientista Gary Huss, da Universidade do Havaí, nos EUA, o estudo reforça diversos estudos anteriores que aponta para uma massiva supernova como a fonte dos elementos de vida curta nos primórdios do sistema solar. "Me sinto confortado com essa conclusão, mas o caso ainda não está fechado. (...)Ainda teremos muitos estudos como esse, muitas observações de estrelas, formação estelar e explosão estelar e muitos outros modelos de nucleossíntese estelar para fechar esse caso", diz o pesquisador à reportagem.
O estudo de Boss e da equipe também está no começo. Os pesquisadores pretendem agora passar o modelo de duas para três dimensões, o que exige uma capacidade computacional maior, mas resulta em melhores pistas para entender a formação do nosso sistema. "A mão natureza fez isso (...) mas queremos saber como ela fez", diz Boss à reportagem.
A Nasa elegeu as dez observações "mais legais" de 1 ano da missão da sonda Orbital de Reconhecimento Lunar (LRO). Entre elas, a sonda observou o lado distante da Lua: sempre se referiu de maneira errada a essa face como "lado negro da Lua", mas ela recebe tanta luz quanto a outra face. A LRO está registrando muitos dados dessa metade, ela descobriu, por exemplo, que ela tem as maiores crateras do sistema solar
Foto: Divulgação
O lugar mais frio do sistema solar: o local fica no fundo da cratera Hermite, onde a temperatura chega a -248°C. Para se ter uma ideia, os cientistas estimam que a superfície do ex-planeta Plutão chegue a -184°C. Outros locais extremamente frios foram encontrados no fundo de crateras no polo sul do satélite natural
Foto: Divulgação
Os primeiros passos de astronautas: em 1969, os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin entraram para a história ao dar os primeiros passos na Lua. Eles passaram cerca de duas horas e meia para tiras fotografias e realizar alguns experimentos científicos. A sonda da Nasa conseguiu registrar imagens do local do pouso da Apollo 11, inclusive de parte do módulo que ficou na Lua, rastros deixados pelos astronautas e outros equipamentos deixados para trás
Foto: Divulgação
As marcas da Apollo 14: a Apollo 14 tinha como uma das missões coletar amostras da borda da cratera Cone. Contudo, após 1,4 km de caminhada, o controle da missão notou que Alan Shepard e Edgar Mitchell estavam com batimentos cardíacos muito acelerados devido ao desgaste. Além disso, a agenda apertada da missão fez com que a Nasa determinasse que os astronautas retornassem, desistindo da empreitada. A LRO achou os rastros dos astronautas e descobriu que eles pararam a apenas 30 m da cratera
Foto: Divulgação
Sonda russa perdida: a sonda Lunokhod 1 percorreu cerca de 10 km da superfície lunar em 1970. Cerca de 10 meses depois, em 1971, os cientistas da Rússia perderam contato com a sonda. Aproximadamente 40 anos depois, em março deste ano, a LRO achou a sonda. Testes com laser confirmaram que era o equipamento russo e que seus espelhos refletores ainda funcionavam perfeitamente, com cinco vezes mais precisão que os do Lunokhod 2, que foram utilizados por anos por cientistas durante experimentos
Foto: Divulgação
Contagem de crateras e pedras: segundo a Nasa, a grande resolução da câmera do LRO permite o registro de detalhes nunca vistos, principalmente de crateras e pedras lunares, algumas com apenas alguns metros de diâmetro. Os cientistas estudaram os tamanhos, formas e distribuição para comparar as regiões da Lua e também com lugares como a Terra e Marte. Os astrônomos afirmam que esse tipo de estudo ajuda a entender a história natural do sistema solar
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Montanhas: enquanto na Terra as montanhas levam milhões de anos para serem formadas - através de uma lento e gradual processo de colisão de placas tectônicas -, na lua mesmo o mais alto monte se forma em minutos. A diferença é que no nosso satélite natural a geografia é mais afetada por asteroides e cometas que se chocam contra a superfície. Durante testes de câmera no ano passado, a LRO pôde registrar a superfície lunar por outro ângulo, mostrando o terreno montanhoso do satélite atural
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"Riachos": são longas e estreitas depressões na superfície lunar que se assemelham, no seu formato, aos rios na Terra. Algumas são retas, outras são curvas e até sinuosas. Eles são visíveis às imagens de radar, que também podem ser registradas pela LRO. Os cientistas ainda tentam entender como essas estruturas se formaram no nosso satélite natural. Uma das hipóteses é de que eles tenham se formado por rios de magma
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Fossos lunares: a LRO está registrando as mais detalhadas imagens de pelo menos dois fossos lunares - gigantescos buracos na superfície lunar. As observações levaram a Nasa a acreditar que esses buracos foram criados pela ação de tubos de magma, possivelmente aliados ao impacto de um meteorito. Segundo a Nasa, um dos fossos, o Marius Hills, tem 65 m de diâmetro e profundidade estimada entre 80 e 88 m, o suficiente para engolir a Casa Branca completamente
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Áreas constantemente iluminadas pelo Sol: um dos principais objetivos da LRO é pesquisar a iluminação solar na Lua, que tanto fornece calor como é uma fonte de energia. Com os registros da sonda, os astrônomos conseguiram criar um mapa detalhado da iluminação, descobrindo que algumas áreas que chegam a ficar 243 dias recebendo luz do Sol e nunca tem um período de total escuridão maior que 24 horas