Estudo identifica planetas com mais chances de vida extraterrestre
Pesquisadores americanos selecionaram planetas e luas mais propensos a abrigar outras formas de vida.
24 nov2011 - 13h43
(atualizado às 16h09)
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A lua de Saturno Titã e o exoplaneta Gliese 581g estão entre os planetas e luas mais propensos à existência de vida extraterrestre, segundo um artigo científico publicado por pesquisadores americanos. O estudo da Universidade de Washington criou um ranking que ordena os planetas segundo a sua semelhança com a Terra e de acordo com condições para abrigar outras formas de vida.
Segundo os resultados publicados na revista acadêmica Astrobiology, a maior semelhança com a Terra foi demonstrada por Gliese 581g, um exoplaneta - ou seja, localizado fora do Sistema Solar - de cuja existência muitos astrônomos duvidam. Em seguida, no mesmo critério, veio Gliese 581d, que é parte do mesmo sistema. O sistema Gliese 581 é formado por quatro - e possivelmente cinco - planetas orbitando a mesma estrela anã a mais de 20 anos-luz da Terra, na constelação de Libra.
Um dos autores do estudo, Dirk Schulze-Makuch, explicou que os rankings foram elaborados com base em dois indicadores. O Índice de Similaridade com a Terra (ESI, na sigla em inglês) ordenou os planetas e luas de acordo com a sua similaridade com o nosso planeta, levando em conta fatores como o tamanho, a densidade e a distância de sua estrela-mãe. Já o Índice de "Habitabilidade" Planetária (PHI, sigla também em inglês) analisou fatores como a existência de uma superfície rochosa ou congelada, ou de uma atmosfera ou um campo magnético.
Também foi avaliada a energia à disposição de organismos, seja através da luz de uma estrela-mãe ou de um processo chamado de aceleração de maré, no qual um planeta ou lua é aquecido internamente ao interagir gravitacionalmente com um satélite. Por fim, o PHI leva em consideração a química dos planetas, como a presença ou ausência de elementos orgânicos, e se solventes líquidos estão disponíveis para reações químicas.
"Habitáveis"
No critério da "habitabilidade", a lua Titã, que orbita ao redor de Saturno, ficou em primeiro lugar, seguida da lua Europa, que orbita Marte e Júpiter. Os cientistas acreditam que Europa contenha um oceano aquático subterrâneo aquecido por aceleração de maré.
O estudo contribuirá para iniciativas que, nos últimos tempos, têm reforçado a busca por vida extraterrestre. Desde que foi lançado em órbita em 2009, o telescópio espacial Kepler, da Nasa, a agência espacial americana, já encontrou mais de mil planetas com potencial para abrigar formas de vida. No futuro, os cientistas creem que os telescópios sejam capazes de identificar os chamados "bioindicadores" - indicadores da vida, como presença de clorofila, pigmento presente nas plantas - na luz emitida por planetas distantes.
O exoplaneta Gliese 581g - no primeiro plano desta imagem artística, com três outros que compõem o sistema - foi considerado o mais parecido com a Terra, em uma lista dos planetas mais propensos a abrigar vida extraterrestre
Foto: Lynette Cook/ Nasa / Divulgação
Entretanto, segundo o estudo da Universidade de Washington, é a lua Titã, que orbita ao redor de Saturno (na foto, em frente ao planeta dos aneis) que mais reúne condições químicas, atmosféricas e de temperatura para organismos vivos
Foto: Nasa/ JPL/ STSI / Divulgação
Esta imagem artística imagina a superfície de Titã, com o "crepúsculo" de Saturno ao fundo e as sondas Huygens e Cassini, da Nasa, na sua atmosfera, composta principalmente de nitrogênio e metano
Foto: Craig Attebery/ JPL / Divulgação
Depois de Titã, Marte foi o planeta que ficou mais perto da Terra no sentido de reunir as condições favoráveis à vida. Esta imagem foi capturada pela sonda Endeavour, que percorreu mais de 20 km entre as crateras Victoria e Endeavour, no Planeta Vermelho
Foto: Nasa / Divulgação
Esta imagem de Júpiter feita pela sonda Cassini mostra Europa, a lua que orbita o maior planeta do sistema Solar. Os cientistas acreditam que Europa contenha um oceano aquático subterrâneo aquecido por interações gravitacionais
Foto: Nasa / Divulgação
Este recorte transversal mostra a semelhança de Europa com a Terra: acredita-se que esta lua também tenha um centro ferroso, uma camada de rochas e um oceano de água salgada na superfície. Entretanto, devido à sua distância do sol, o oceano é congelado
Foto: JPL / Divulgação
Impressão artística mostrando o oceano de gelo de Europa, possivelmente com o escape de calor vulcânico. O calor interno da lua se deve a interações com Júpiter, que aparece no fundo
Foto: JPL / Divulgação
Esta imagem artística ilustra o que seriam os céus de um planeta alienígena em um sistema solar com um cinturão de asteróides 25 vezes maior que no Sistema Solar. As evidências sobre tal cinturão foram captadas pelo telescópio espacial Spitzer, da Nasa, na estrela HD 69830, que também tem semelhanças com a Terra
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem da lua Encéladus, que ficou no 10º lugar na lista dos 'habitáveis', feita pela sonda Cassini
Foto: Nasa / Divulgação
O estudo contribuirá para iniciativas que, nos últimos tempos, têm reforçado a busca por vida extraterrestre, como os telescópios Allen, que descobriram Gliese 581c
Foto: BBC Brasil
No futuro, os cientistas crêem que os telescópios sejam capazes de indicadores de vida, como presença de clorofila, na luz emitida por planetas distantes, a fim de descobrir se estamos ou não sós