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ESA perde esperança de recuperar contato com sonda em cometa

12 fev 2016 - 11h00
(atualizado às 11h23)
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Imagem do cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko onde está pousado o módulo Philae da sonda Rosetta
Imagem do cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko onde está pousado o módulo Philae da sonda Rosetta
Foto: Getty Images

A Agência Espacial Europeia (ESA) acredita que quase não existe possibilidade de recuperar contato com o módulo Philae da sonda Rosetta, ainda pousado no comenta 67/P Churyumov-Gerasimenko, mas sem contato desde o mês de julho do ano passado.

"Infelizmente, as possibilidades de que o módulo Philae entre em contato com nossa equipe em nosso centro de controle terrestre estão se aproximando de zero", declarou em comunicado divulgado nesta sexta-feira pela ESA o especialista do Centro Aeroespacial Alemão, Stephan Ulamec.

O cientista acrescentou que foram deixadas de enviar instruções ao módulo e seria "uma grande surpresa" que se volte a receber sinais dele, que aterrissou no cometa no dia 12 de novembro de 2014 de maneira acidentada e entrou em hibernação após 60 horas de trabalho.

Ao aterrissar no cometa, o Philae não conseguiu armar as garras com as quais devia ficar fixado ao solo e ele "quicou" duas vezes, parando finalmente em uma área conhecida como Abydos, a um quilômetro de distância do ponto escolhido para a queda, chamado de Agilkia.

"Mesmo depois dessa inesperada excursão, o módulo conseguiu fazer impressionantes medições científicas, algumas quando ainda estava voando sobre a superfície", acrescentou a ESA.

Finalmente, ele conseguiu completar "em torno de 80%" das atividades para as quais foi projetado, como fazer imagens do cometa durante a descida e da superfície, encontrar restos orgânicos e descrever as condições do cometa, fornecendo "informação revolucionária sobre esse mundo fascinante".

Mas uma vez esgotada sua bateria principal, como estava previsto, a luz solar insuficiente que o módulo recebia impediram que suas baterias secundárias carregassem e o Philae entrou em hibernação na noite do dia 14 para 15 de novembro de 2014.

Os cientistas acreditam que o módulo, situado em um cometa que atualmente está a cerca de 350 milhões de quilômetros do Sol, atingiu a temperatura mínima necessária para trabalhar, de 45 graus negativos, em março de 2015.

A análise dos dados aponta que o Philae despertou no dia 26 de abril de 2015, mas só conseguiu enviar sinais para a sonda Rosetta em 13 de junho, data do último contato.

"Que o módulo tenha sobrevivido aos múltiplos impactos - durante sua aterrissagem - e a condições ambientais desfavoráveis supera em muito as especificidades de seus vários componentes eletrônicos", acrescentou a ESA.

A agência esperava que a sonda voltasse a despertar em 13 de agosto de 2015, quando o cometa chegou a seu ponto mais próximo do Sol, chamado de periélio.

Mas o Philae nunca despertou, provavelmente porque o pó do cometa cobriu seus painéis solares e ele não dispõe de energia para trabalhar.

Além disso, os cientistas acreditam que seja possível que o aparelho não esteja agora no ponto onde aterrissou e que sua antena esteja orientada em uma direção que torna mais difícil a comunicação.

As esperanças agora são de que a sonda Rosetta, ainda sobrevoando o cometa, consiga se aproximar a uma distância suficiente do módulo para fazer fotografias em alta resolução e, pelo menos, detalhar sua posição e entender assim "sua atitude e orientação".

"Determinar sua localização nos permitiria compreender melhor o contexto das incríveis medições científicas que já realizou, de modo que poderíamos extrair dados científicos ainda mais valiosos", disse Matt Taylor, um dos cientistas envolvidos na missão.

Esta continuará trabalhando até setembro próximo, quando a sonda cair no cometa e se dê por concluído o ambicioso projeto.

"Ficaríamos muito surpresos de escutar o Philae de novo após tanto tempo, mas manteremos o canal de escuta da Rosetta aberto até que não seja possível continuar", acrescentou o responsável pela Rosetta, Patrick Martin.

A ESA considera que, apesar do inesperado problema sofrido pelo Philae pouco depois da aterrissagem após uma viagem de mais de dez anos, a missão é um sucesso "histórico" para a exploração espacial.

EFE   
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