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Dia da Astronomia: professores utilizam ciência para instigar alunos no Brasil

Inspirados pela Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, professores da rede pública aplicam a ciência para ampliar os estudos

2 dez 2013 - 08h27
(atualizado às 08h32)
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Alunos participam de lançamento de foguetes de garrafa pet na Jornada de Foguetes
Alunos participam de lançamento de foguetes de garrafa pet na Jornada de Foguetes
Foto: Tiberius Drumond / Divulgação

Mesmo não tendo sua oficialização, o Dia da Astronomia no Brasil é amplamente comemorado em 2 de dezembro, data de nascimento de D. Pedro II. A escolha da data pela comunidade astronômica brasileira foi por conta dos esforços do ex-monarca em disseminar e incentivar o estudo dessa ciência no Brasil no século XIX. De lá para cá, a astronomia cresceu muito em nosso país.

Diversos educadores têm trabalhado para levá-la aos alunos dentro e fora das salas de aula. Na Escola Estadual Antônio de Almeida Prato, em Iepê, uma cidade do interior de São Paulo com cerca de 7 mil habitantes, por exemplo, a professora de física Maria Salete decidiu transformar suas aulas em grandes espetáculos depois de seus estudantes terem participado da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

<p>A professora de física Maria Salete decidiu transformar suas aulas em grandes espetáculos depois de seus estudantes terem participado da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica</p>
A professora de física Maria Salete decidiu transformar suas aulas em grandes espetáculos depois de seus estudantes terem participado da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
Foto: Divulgação

Salete teve a ideia de elaborar o “Show de Física” e o “Astro Show”. E esse trabalho foi além dos muros da escola? O sucesso foi tão grande que atualmente eles se apresentam em universidades e eventos da OBA. O roteiro das aulas-espetáculo da professora de Iepê envolve experimentos relacionados ao atrito, ventosa plana, plataforma giratória, nitrogênio líquido, plasma, forças resultantes, temperatura e pressão e composição do ar.

De forma teatral, mas em um tom descontraído e com doses de suspense e curiosidade, os alunos brincam de maneira lúdica com os elementos da física, misturando o “inesperado” com o “mágico”. “No palco, por exemplo, são utilizados balões coloridos e pacotes de salgadinhos, além de nitrogênio líquido e acessórios construídos pelos próprios alunos”, explica.

André Tato é outro professor que quis ir além do quadro e dos livros. Ele vem incentivando os alunos do Colégio Pedro II, em Realengo, no Rio de Janeiro, a participar dos cursos de Astronomia Básica, em horários alternativos, com aulas extraclasses. E mesmo não “valendo ponto”, Tato diz que a sala está sempre cheia: “só vai quem tem o prazer de aprender. É normal faltar cadeira para todos os alunos interessados”.

<p>Em um tom descontraído, os alunos brincam de maneira lúdica com os elementos da física, misturando o inesperado com o mágico</p>
Em um tom descontraído, os alunos brincam de maneira lúdica com os elementos da física, misturando o inesperado com o mágico
Foto: Divulgação

A atividade vem complementando as aulas convencionais não apenas de Física, mas também de Geografia. Segundo ele, o curso tem ajudado, até mesmo, na preparação para o Enem. “Durante as aulas de Mecânica, tenho utilizado a Astronomia como tema motivador e ilustrativo”, explica Tato, que já iniciou um minicurso sobre Relatividade Básica para complementar o de Astronomia com o objetivo de auxiliar os alunos que vão participar da seletiva para as Olimpíadas Internacional e Latino-Americana em 2014.

Além da olimpíada, que é realizada por meio de uma prova com questões de astronomia, astronáutica e energia, a OBA ainda realiza a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que estimula e avalia a capacidade dos jovens de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante. Por meio das atividades, os jovens aprendem, na prática, a famosa Lei da Física da Ação e Reação, de Isaac Newton.

O trabalho tem garantido bons resultados. Esse ano, por exemplo, a olimpíada distribuiu quase 34 mil medalhas. Foram cerca de 9 mil de ouro, 10 mil de prata e 15 mil de bronze. Participaram da iniciativa um pouco mais de 775 mil estudantes de quase 9 mil escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. A OBA ainda contou com o auxílio de mais de 62 mil professores.

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Fonte: Terra
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