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Coronógrafo espacial da Nasa permitirá mais nitidez em fotos de planetas

12 mar 2016 - 15h46
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As imagens de planetas que giram ao redor de luminosas estrelas serão vistas no futuro com nitidez graças ao coronógrafo espacial, uma nova invenção que a Nasa lançará ao espaço em seu novo Telescópio Infravermelho de Campo de Visão Ampla (WFIRST).

"Com o WFIRST, vamos estudar estrelas e observar se ao redor de algumas orbitam planetas, como em nosso sistema solar", disse neste sábado à Agência Efe Rafael Millán-Gabet, astrônomo do Centro de Análise e Processamento Infravermelho (IPAC) da agência espacial dos Estados Unidos.

Para isso, os engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL-Nasa) construirão um coronógrafo para o "observatório espacial WFIRST", explicou o profissional.

Millán-Gabet afirmou que o primeiro coronógrafo foi inventado pelo astrônomo francês Bernard Lyot no começo do século XX para observar a coroa do sol.

Segundo ele, "com um coronógrafo normal, bloquear a luz de uma estrela ajuda a perceber 100 vezes mais a luz tênue de um planeta".

"Em uma estrela, a luminosidade é tão intensa que a luz enche a imagem captada com lentes de telescópios convencionais, e os planetas não são vistos", detalhou.

No entanto, "o coronógrafo que será construído para ser lançado pela primeira vez ao espaço no telescópio WFIRST está projetado para bloquear a luz de uma estrela e perceber a luz tênue de um planeta em um fator de um bilhão de vezes mais".

Millán-Gabet acrescentou que, com auxílio de uma "tecnologia de espelhos deformáveis", será possível tirar fotografias de 300 megapixels de resolução que serão transmitidas à Terra.

"O observatório espacial WFIRST tem características especiais com as quais fará grandes contribuições à astrofísica moderna", disse o especialista em sua base de estudos de Exoplanetas no campus do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em Pasadena.

Outra capacidade do novo observatório espacial é a de captar imagens com a mesma qualidade das feitas pelo telescópio Hubble, mas com uma amplitude do firmamento, repleto de estrelas, cem vezes maior em cada foto.

"Com o instrumento de Amplitude de Campo, vamos conhecer mais sobre a estrutura e evolução do universo", detalhou Millán-Gabet.

Além disso, com o mesmo instrumento, "será estudada a matéria escura, que não é vista, e a energia escura, que é uma fonte de aceleração do universo", revelou.

O centro de voos espaciais Goddard, em Maryland, lidera as tarefas para a construção do telescópio WFIRST, que custará US$ 3 bilhões, e "ficará pronto depois de 2020", segundo ele.

Millán-Gabet acrescentou que o WFIRST continuará "com a contagem demográfica" de objetos celestiais no cosmos, precedida por telescópios como o Kepler, "que detectou milhares de planetas, sem vê-los, mas com os pesquisadores deduzindo que exisitam ao observarem perturbações na estrela".

"Em cada planeta, através de um espectrógrafo, analisaremos as ondas de luz, como as de um prisma, para saber sua composição atmosférica", explicou o especialista em astrofísica.

"E classificaremos os que possam ser similares à Terra para enviar missões no futuro para estudar, em detalhe, se há água, oxigênio, ozônio e metano que em nosso planeta são indicadores de vida", concluiu.

EFE   
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