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Consórcio hispano-alemão procura uma "segunda Terra"

17 dez 2015 - 10h38
(atualizado às 11h47)
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Após superar as fases de desenvolvimento e de testes, um consórcio de 11 instituições da Alemanha e da Espanha vai iniciar o projeto CARMENES para buscar planetas habitáveis fora do sistema solar com água líquida.

Tentativa do consórcio é achar um planeta em que haja vida e que seja parecido com a Terra
Tentativa do consórcio é achar um planeta em que haja vida e que seja parecido com a Terra
Foto: NASA / Divulgação

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Este instrumento procurador de exoplanetas está pronto para buscar uma segunda Terra com o telescópio de 3,5 metros do Observatório de Calar Alto (MPG/CSIC), em Almería (sudeste da Espanha), segundo informou o Instituto de Ciências do Espaço (IEEC-CSIC) de Barcelona, um dos participantes.

O Instituto de Ciências do Espaço de Barcelona é o responsável por preparar e explorar cientificamente o projeto e por criar o "cérebro" do CARMENES e do software que seleciona a estrela perfeita para observar em cada momento.

Segundo explicaram os cientistas do IEEC, hoje em dia foram detectados mais de dois mil planetas fora do sistema solar, quase todos eles hostis para o desenvolvimento de vida devido a seu tamanho ou à extrema proximidade de sua estrela.

Os planetas, ao girar em torno de sua estrela, produzem nela leves movimentos oscilatórios que, se forem medidos com a precisão adequada, revelam a existência desses planetas.

No entanto, a busca de planetas de tipo terrestre em torno de estrelas similares ao Sol é complexa porque as oscilações são tão pequenas que não podem ser detectadas com a tecnologia atual.

"Por isso vamos procurar planetas em torno de anãs vermelhas (ou anãs M), estrelas menores que oferecem as condições para a existência de água líquida em órbitas próximas e nas quais podemos detectar as oscilações produzidas por planetas similares ao nosso", explicou Andreas Quirrenbach, pesquisador da Universidade de Heidelberg, que lidera o projeto.

"As anãs vermelhas são muito mais frias e vermelhas que o Sol, de modo que tínhamos que observar tanto no visível como no infravermelho, o que constitui um dos pontos fortes do CARMENES: nenhum outro instrumento do mundo pode fazer isto", disse Pedro Amado, pesquisador do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, que cogerencia o projeto.

Por sua vez, o Instituto de Ciências do Espaço de Barcelona é o responsável pela preparação e exploração científica através da figura do cientista do Projeto, Ignasi Ribas.

"Lideramos a seleção das estrelas que serão observadas, o recolhimento de toda a informação necessária para garantir a precisão e a análise dos dados-chave para descobrir planetas habitáveis", disse Ribas.

"O ICE (IEEC-CSIC) também construiu o Instrument Control System (ICS), o 'cérebro' do CARMENES, que centraliza todos os subsistemas para controlar o funcionamento, fases e entorno adequados, assegurando uma operação robusta", assinalou Josep Colomé, gerente e responsável técnico do projeto.

Além disso, criou o programador de observações (scheduler), um software complexo que leva em conta um grande número de variáveis para escolher qual estrela é a ideal.

Tendo em vista a importância científica do projeto, o Observatório de Calar Alto, vinculado à Sociedade Max Planck e ao CSIC, garantiu um mínimo de 600 noites de observação no maior de seus telescópios para o consórcio CARMENES.

"Com CARMENES em funcionamento, Calar Alto se tornará uma referência internacional na busca de planetas de tipo terrestre e se situará na vanguarda da instrumentação astronômica", ressaltou Jesús Aceituno, vice-diretor do Observatório.

EFE   
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