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Cientistas espanhóis revelam detalhes das planícies vulcânicas de Mercúrio

20 jul 2015 - 15h44
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Uma bacia formada por crateras originadas pelo impacto de meteoritos e coberta por materiais vulcânicos muito pouco conhecidos se estende no equador de Mercúrio, no entanto, um grupo de cientistas espanhóis constatou que a mesma foi formada em dois processos muito diferentes, nos quais a crosta do planeta se esfriou de forma progressiva.

A saída de Plutão do grupo de planetas do sistema solar transformou Mercúrio no menor da lista, lembrou a Universidade Complutense de Madri (UCM) em uma nota de imprensa.

Equivalente a 0,055 do tamanho da Terra, os segredos deste corpo rochoso - o mais próximo do Sol - continuam "sendo um mistério para os cientistas", segundo esta universidade, que participou da pesquisa.

Graças à sonda Messenger, da Nasa, cientistas da UCM, do Instituto de Geociência (CSIC-UCM) e da Universidade Politécnica de Madri analisaram como se formaram as planícies vulcânicas da citada bacia no equador do planeta.

"A grande maioria das estruturas geológicas de Mercúrio foram criadas por compressão, quando a crosta foi apertada por forças tectônicas até rompê-la e amontoar as rochas umas sobre as outras", explicou Valle López, geóloga do CSIC-UCM e autora principal do estudo publicado na edição de julho da revista científica "Icarus".

Essas forças foram geradas quando o planeta foi se esfriando progressivamente, ao perder seu calor interno, acrescentou a geóloga.

A pesquisa revelou que as condições sob as quais a bacia se deformou mudaram de maneira substancial ao longo do tempo, algo que era desconhecido até agora.

Os cientistas definiram duas fases de deformação nas planícies vulcânicas que abrigam a cavidade rochosa.

Além de terem sido formadas em diferentes épocas geológicas, as duas fases apresentam claras diferenças, tanto em sua orientação como em suas estruturas.

A fase tectônica mais antiga tem uma orientação nordeste-sudoeste e está caracterizada por cristas relativamente baixas e próximas entre si; a mais moderna, com orientação noroeste-sudeste, conta com estruturas de maior relevo e mais separadas.

Todas essas marcas revelam que o planeta sofreu um intenso bombardeio de meteoritos ao longo de sua história, algo que também ocorreu na Terra.

A sonda Messenger concluiu sua missão em abril, após mais de dez anos em funcionamento, ao colidir contra o planeta: "Outra oportunidade de voltar a Mercúrio nos será oferecida pela sonda BepiColombo, que será lançada em 2017 e chegará ao planeta em 2024", segundo Valle López.

EFE   
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