China confirma que vai levar veículo à Lua em menos de 5 anos
China confirma que vai levar veículo à Lua em menos de 5 anos
29 dez2011 - 11h17
(atualizado às 11h36)
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O governo da China confirmou nesta quinta-feira que em menos de cinco anos levará pela primeira vez um veículo não-tripulado à superfície da Lua, um primeiro passo para que mais adiante seus astronautas pisem o satélite e o país siga os passos dos Estados Unidos e da Rússia no caminho para ser tornar a nova superpotência espacial.
O objetivo foi fixado no Livro Branco sobre as Atividades Espaciais de 2011, um documento do Executivo chinês apresentado nesta quinta-feira em entrevista coletiva. No texto, o governo estabelece outras metas da corrida espacial chinesa durante o Plano Quinquenal do período 2011-2015.
Dessa forma, indica que o programa lunar (um dos ramos mais importantes da investigação espacial chinesa, junto dos voos tripulados e os projetos para uma estação permanente no cosmos) será centrado em desenvolver com sucesso uma tecnologia que mais tarde permita levar astronautas ao satélite.
A China já conseguiu que dois de seus satélites chegassem até a órbita lunar, em 2007 e 2010, embora estas sondas simplesmente tenham servido para recolher informações fotográficas do satélite e estavam programadas para retornar violentamente depois ao planeta Terra.
As sondas cumpriram a primeira etapa do programa, destaca o documento, detalhando que em meia década deverá ter início a segunda fase (o mencionado pouso na superfície da lua e passeios tripulados no satélite) para que a terceira inclua o recolhimento de material lunar e retorno à Terra dos veículos.
Não há data fixa para a chegada do satélite terrestre dos primeiros "taikonautas" (apelido com o qual frequentemente se alude aos astronautas chineses, já que espaço em mandarim é "taikong"). Levando em conta que a China parece dividir este programa em fases de cinco anos, este fato histórico poderia ocorrer entre 2020 e 2025, meio século depois do que os Estados Unidos, o primeiro país a alcançar essa façanha.
Outras metas
A prospecção lunar é talvez a parte de maior destaque dos futuros planos espaciais da China, mas não a única: o Livro Branco assinala que o país também continuará programas de prospecção de planetas e asteroides, do Sol, e de buracos negros, entre outros corpos celestiais.
Também conduzirá experiências sobre microgravidade, vida no espaço, e promoverá a cooperação internacional no estudo do cosmos, assinalou, lembrando que já colaborou neste sentido com países como a Rússia e a Austrália.
Ao mesmo tempo, a China, que nesta semana também iniciou o funcionamento da "Bússola", seu sistema de posicionamento alternativo ao GPS americano, garantiu que nos próximos cinco anos aumentará o controle do lixo espacial e dos sistemas de alarme quando esses fragmentos caírem na superfície terrestre.
O Conselho de Estado insiste no documento que a prospecção espacial "é uma importante parte da estratégia geral de desenvolvimento da nação" para meia década 2011-2015, no qual a China procura seguir ascendendo em seu caminho a ser um país desenvolvido, com a inovação tecnológica como prioridade.
Esta corrida preocupa, no entanto, como na época ocorreu com a missão soviética, a principal potência espacial atual, os Estados Unidos, onde alguns políticos, oficiais do Exército e meios de comunicação veem com receio o caráter totalmente militar do programa espacial chinês.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático Hong Lei quis nesta quinta-feira responder a esses temores, assegurando em entrevista coletiva que a China "sempre ressalta que seu objetivo é fazer uso pacífico do espaço, e procura cooperar internacionalmente neste campo".
A China lançou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e desde então alcançou outros objetivos, como o primeiro "passeio" de um de seus cosmonautas fora da nave (2008) e o primeiro acoplamento de dois veículos (no mês passado), passo-chave para sua futura estação espacial permanente.
Para os especialistas, a China ainda está em uma fase muito preliminar no que diz respeito às tecnologias espaciais, comparável aos Estados Unidos e a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) nos anos 1960, mas avança de forma mais rápida do que fizeram na época as duas superpotências da Guerra Fria em sua corrida espacial.
Júpiter deixa o rastro mais brilhante, cruzando atrás da torre da igreja e se dirigindo para o horizonte. Veja a seguir outras incríveis imagens do espaço registradas do solo - e sem telescópio
Foto: Mark Humpage/Caters / BBC Brasil
Esta imagem, de Yuri Beletsky, foi registrada fora de um telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), no Chile. Ela foi eleita a imagem do ano de 2010 do Wikimedia Commons. O laser que é disparado pelo telescópio serve para a criação de uma "estrela" artificial, usada para corrigir as distorções causada pela atmosfera nos registros astronômicos
Foto: ESO/Y. Beletsky / Divulgação
Juan Mabromata fotografou a Via Láctea sobre Balgowan durante a Copa do Mundo de 2010
Foto: AFP
A Via Láctea pode ser vista sobre o Monte Paranal, onde ficam telescópios do ESO, no Chile
Foto: B. Fugate (FASORtronics)/ESO / Divulgação
Além da Via Láctea, esta imagem mostra o planeta Júpiter e a estrela Antares brilhando no centro da fotografia
Foto: ESO/Y. Beletsky / Divulgação
Durante a Hora do Planeta - quando cidades apagam as luzes para chamar a atenção para as emissões de CO2 -, Ian Waldie conseguiu fotografar as estrelas no céu de Sydney
Foto: Getty Images
As três "estrelas" brilhantes são na verdade a Lua (dir.) e os planetas Vênus (centro) e Júpiter em conjunção
Foto: ESO/Y. Beletsky / Divulgação
Novamente em Paranal, no centro desta imagem pode ser visto o centro da Via Láctea
Foto: ESO/Y. Beletsky / Divulgação
O fotógrafo Dmitry Kostyukov registrou esta imagem no Afeganistão quando acompanhava soldados americanos
Foto: AFP
Kostyukov cobria os 10 anos da guerra do Afeganistão, completados em 2011
Foto: AFP
Fotógrafo aproveita eclipse total da Lua para registrar a noite em Paranal
Foto: ESO/Y. Beletsky / Divulgação
A fotografia de longa exposição registra o movimento de rotação da Terra a partir de um local na altura da linha do Equador em um dia de equinócio de 2010. A fotografia combina fenômenos diurnos e noturnos e registra o céu dos hemisférios norte e sul.
Foto: Juan Carlos Casado/ROG / Divulgação
Vista parcial da Via Láctea com a sombra de palmeiras na costa da Mangaia, uma das ilhas Cook na Oceania. A imagem é uma combinação de nove fotografias com exposição de 30 segundos cada. A umidade do ar criou a difusão e os efeitos de cores nas estrelas.
Foto: Tung Tezel/ROG / Divulgação
O fotógrafo registrou a aurora boreal sobre a cidade de Halrik, na Escócia. Por ser uma imagem de longa exposição, aparece na foto um rastro de estrelas em rotação. O fotógrafo fez o registro a partir da porta dos fundos da loja em que trabalha.
Foto: Stewart Watt/ROG / Divulgação
Pinheiro é visto à frente da Via Láctea enquanto um meteoro atravessa o céu. O efeito de luz na árvore em primeiro plano foi causado acidentalmente quando o fotógrafo estava arrumando seu equipamento. Esta foto venceu o concurso Fotógrafo Astronômico 2010 - do Real Observatório Britânico - na categoria "Terra e Espaço"
Foto: Tom Love / Divulgação
Imagem mostra lua cheia atrás do Templo de Poseidon, na Grécia, em 26 de junho de 2010. O fotógrafo demorou 15 meses para conseguir medir o tempo e a distância exata para conseguir a foto com essa precisão. Ayiomamitis foi segundo colocado na categoria "Terra e Espaço"
Foto: Anthony Ayiomamitis / Divulgação
Dan Kitwood fotografou a Lua cheia em Londres em 30 de janeiro de 2010
Foto: Getty Images
A região do Paranal é considerada uma das melhores do mundo para observação astronômica
Foto: ESO/Y. Beletsky / Divulgação
O edifício Flatiron, em Nova York, é fotografado ao lado da Lua durante eclipse em 21 de dezembro de 2010
Foto: Getty Images
Ethan Miller registrou a noite de Lake Mead, no Estado americano de Nevada. A estrelas riscam o céu enquanto um meteoro pode ser visto
Foto: Getty Images
O pequeno risco próximo ao centro da imagem é um meteoro cruzando o céu de Grazalema, na Espanha, em 13 de agosto de 2010
Foto: AFP
Foto da Via Láctea em Saint-Martin-de-Queyrières (França) ganhou prêmio de astrofotografia Nuits des étoiles ("noite das estrelas")
Foto: AFP
Pedra cruza os céus durante chuva de meteoros. A imagem foi tirada em Nevada, nos Estados Unidos, em dezembro de 2010
Foto: Getty Images
Meteoro é registrado durante a chuva de meteoros Perseidas de 2007, em Rhyolite, no Estado americano de Nevada
Foto: Getty Images
O fotógrafo Uriel Sinai registrou a aurora boreal no céu da Groenlândia
Foto: Getty Images
O cometa McNaught é registrado no céu do monte Paranal, no Chile, em janeiro de 2007
Foto: ESO / Divulgação
A Via Láctea é vista no Cerro Armazones, no Chile
Foto: ESO/S. Brunier / Divulgação
Estrelas podem ser vistas acima de dois telescópios auxiliares do Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês), do ESO
Foto: H.Heyer/ESO / Divulgação
No alto da imagem os planetas Mercúrio e Vênus podem ser vistos em conjunção
Foto: ESO/Y. Beletsky / Divulgação
O Paranal fica no deserto do Atacama, no Chile, a 2,6 mil m de altitude. A região é extremamente seca e escura, o que proporciona ótimas condições para observação de estrelas