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Degelo antártico pode duplicar previsões de aumento do nível do mar

30 mar 2016 - 17h04
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Se as emissões de gases do efeito estufa continuarem a aumentar no ritmo atual, o degelo na Antártida pode causar o aumento de mais de um metro do nível do mar em 2100 e em mais de 15 metros em 2500, segundo os resultados de um estudo publicado nesta quarta-feira na revista "Nature".

O relatório elaborado pelas universidades de Massachusetts Amherst e a Estatal da Pensilvânia indica que o degelo simulado pelo modelo usado pelos especialistas "seria o suficiente para duplicar" as recentes estimativas do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática sobre o aumento do mar nos próximos cem anos.

O cientista Robert DeConto, da Universidade de Massachusetts, afirmou, em comunicado, que "isto poderia representar um desastre para muitas cidades de baixa altitude. Por exemplo, Boston poderia presenciar nos próximos cem anos um aumento de mais de 1,5 metro no nível do mar".

No entanto, "a boa notícia é que uma redução agressiva das emissões limitará o risco de um retrocesso considerável na camada de gelo da Antártida", acrescentou o especialista.

DeConto e David Pollard, da Universidade Estatal da Pensilvânia, desenvolveram um modelo que leva em conta os processos físicos vinculando o aquecimento atmosférico com a dinâmica dos gelos, por exemplo o efeito da superfície de água derretida na desintegração das camadas de gelo e a derrubada das geleiras.

O estudo mostra que se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas a camada de gelo da Antártida pode aumentar em mais de um metro o nível do mar em 2100 e em mais de 15 metros em 2500.

O aquecimento atmosférico se tornará o principal responsável pela perda de gelo e o aquecimento prolongado dos oceanos atrasará a recuperação do gelo "durante centenas de anos".

Estas novas estimativas de aumento do nível das águas foram comparadas pelos especialistas com episódios anteriores de aumento do mar e retrocesso do gelo ocorridos na última era interglacial (por volta de 130 mil ou 115 mil anos atrás) e no período Plioceno (há três milhões de anos).

EFE   
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