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Cuba diz que COP-15 foi "passo para trás"

21 dez 2009 - 18h26
(atualizado às 20h02)
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O governo de Cuba afirmou nesta segunda-feira que a Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague, foi "um passo para trás", uma "farsa antidemocrática" e qualificou de "incerto" o futuro das negociações para a reunião sobre o tema que acontecerá no México, em 2010.

O ministro de Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, afirmou em entrevista coletiva em Havana que a reunião foi um "fracasso" e um "engano" à opinião pública mundial, que se caracterizou pela repressão e a exclusão das ONGs. "Estou convencido de que Copenhague foi um passo para trás", disse Rodríguez. O chanceler cubano fez parte da delegação oficial da ilha na reunião que, junto a países como Venezuela, Nicarágua e Bolívia, se opôs ao acordo de mínimos fechado na COP15.

Rodríguez qualificou de "arrogante", "imperial" e "cínica" a atitude assumida em Copenhague pelo presidente americano, Barack Obama, ao qual também acusou de mentir para a opinião pública. Segundo ele, Obama jogou com os números ao confirmar que seu país cortará as emissões de gases estufa em 17% até 2020, pois "alterou" as bases de cálculo ao apresentar uma estimativa em comparação com as emissões de 2005, em vez das de 1990.

O ministro criticou que a "nova era" à qual o líder americano se referiu significa esquecer o conceito de responsabilidades comuns e diferenciadas. Segundo ele, aconteceu um "assalto" contra China, Índia, Brasil, África do Sul e todos os países em desenvolvimento.

Por outra parte, afirmou que, durante a Administração de George W. Bush, os Estados Unidos não faziam parte do Protocolo de Kioto, mas pelo menos existia um "regime internacional". Mas assinalou que a postura de Obama é diferente à de seu antecessor, porque, "pelo menos", reconhece a existência da mudança climática, sua gravidade e a evidência científica.

Sobre as perspectivas para o próximo fórum sobre o tema, que acontecerá no México em 2010, afirmou que o destino do processo de negociação é "incerto" dada a situação de "sequestro" imposta "basicamente" pelos EUA.

EFE   
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