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Fidel diz que cúpula de Copenhague foi antidemocrática

20 dez 2009 - 11h58
(atualizado às 12h03)
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O líder cubano Fidel Castro afirmou neste domingo que a cúpula da ONU sobre mudança climática (COP-15), em Copenhague, terminou com "uma iniciativa antidemocrática e virtualmente clandestina", e acusou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de pronunciar "um discurso enganoso e demagógico".

Em um novo artigo da coluna Reflexões, divulgada pela imprensa oficial cubana, o ex-presidente diz que, na capital dinamarquesa, foram humilhados movimentos sociais, instituições científicas e outros convidados.

Fidel, que não aparece em público desde julho de 2006, aplaude os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, que proclamaram o "fracasso" da cúpula mesmo antes que começasse, assim como ele.

Segundo Fidel, se em Copenhague "foi alcançado algo importante, foi que, através da imprensa de massa, a opinião pública mundial pôde observar o caos político criado e o tratamento humilhante a chefes de Estado e de Governo, ministros e milhares de representantes de movimentos sociais e instituições".

O primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba insiste em que, na capital dinamarquesa, houve uma "brutal repressão contra manifestantes pacíficos", de modo que lembrava, segundo ele, "a conduta das tropas dos nazistas que ocuparam a vizinha Dinamarca em abril de 1940".

Acrescenta que a cúpula foi "suspensa pelo Governo dinamarquês - aliado da Otan e associado ao açougue do Afeganistão - para entregar a sala principal da conferência ao presidente Obama, onde ele e um grupo seleto de convidados, 16 no total, teriam o direito exclusivo de falar".

"Obama pronunciou um discurso enganoso e demagógico, cheio de ambiguidades, que não implicava em compromisso vinculativo algum e ignorava o convênio marco de Kioto", afirma o ex-presidente cubano, de 83 anos.

"Entre os convidados a usar da palavra, estavam os países mais industrializados, várias das economias emergentes e alguns dos mais pobres do planeta", enquanto "os líderes e representantes de mais de 170 (países) só tinham o direito de ouvir", disse.

"Um reduzido número de países insistiu com firmeza nas sérias omissões e ambiguidades do documento impulsionado pelos Estados Unidos, em particular na ausência de compromisso dos países desenvolvidos quanto à redução de emissões de carbono e ao financiamento para adotar medidas de mitigação e adaptação dos países do sul", afirmou o líder cubano.

EFE   
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