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Balanço do Brasil: acordo da COP-15 é representativo

19 dez 2009 - 13h30
(atualizado às 13h45)
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Lúcia Müzell
Direto de Copenhague

Por mais que, por enquanto, o Acordo de Copenhague só conte com a adesão de 26 países, o acerto firmado na Cúpula do Clima é representativo, na visão da delegação brasileira. "Ele abrange um grupo bem amplo de países, de todas as regiões. Chegamos ao máximo que foi possível nesta COP-15", afirmou o embaixador especial para questões de clima, Sérgio Serra, que comandou a delegação brasileira na reta final do evento.

Glaciers e Land Ice INFO 8
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Foto: Reuters

Na opinião de Serra, países de todos os continentes concordaram com o acerto iniciado com uma negociação entre os Estados Unidos e os países emergentes. Entre os 26 que aderiram ao acordo, encontram-se não apenas países importantes europeus, como França, Alemanha e Grã-Bretanha, como nações africanas, o Japão, a Rússia, a Austrália, Arábia Saudita e o Canadá. Já entre os que se declararam radicalmente contrários ao acordo estão o Sudão e as nações latino-americanas do grupo Alba, como Venezuela, Equador, Cuba e Nicarágua.

Serra disse que o Brasil não sofreu pressões ou cobranças por ter iniciado o tratado que provocou tanta polêmica entre as nações pobres durante a madrugada. "É claro que compreendo das razões do descontentamento deles com a situação em geral. Mas não sofremos nenhuma cobrança, até porque desde o início o presidente Lula se colocou ao lado dos países em desenvolvimento", afirmou o diplomata, ressaltando que o próprio Brasil ficou muito insatisfeito com a falta de metas no texto final da conferência, apesar do engajamento de tantos líderes políticos do mundo inteiro. "Sem nada sobre as metas, foi muito decepcionante".

Ele relatou que por diversas ocasiões o debate ficou tenso no plenário durante as negociações da noite, e mesmo nas reuniões entre os líderes. "O presidente Lula foi muito incisivo, fez muita cobrança e disse que todos eles estavam lá para resolver o impasse, e não adiá-lo".

Para Serra, a maior dificuldade da continuidade do diálogo a partir de agora vai ser justamente essa, de os países definirem as metas. O representante da delegação brasileira disse que os dois documentos-base das discussões climáticas, o Protocolo de Kyoto e o texto da LCA (Grupo de Ações de Longo Prazo, ligado à ONU), vão continuar sendo os pilares das negociações, já que essa é uma exigência da qual os países em desenvolvimento não abrem mão. A conferência se encerrou oficialmente às 15h30 (12h30 em Brasília).

COP-15

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

Fonte: Especial para Terra
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