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ONU evita fracasso de cúpula do clima, dando ênfase a acordo

19 dez 2009 - 11h14
(atualizado às 11h23)
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A ONU evitou neste sábado que as conversações sobre o clima resultassem em fracasso total, agindo para contornar a amarga oposição de vários países a um acordo comandado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e cinco economias emergentes, incluindo a China e o Brasil.

"Finalmente firmamos um acordo", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. "O ''Acordo de Copenhague'' pode não ser tudo o que todos esperavam, mas (...)é um começo importante."

Mas as conversações que envolveram 193 países meramente tomaram nota do novo acordo, um compromisso de cumprimento não-obrigatório para o combate ao aquecimento global, liderado pelos Estados Unidos, China, Índia, Brasil e África do Sul.

As 193 nações ficaram longe de um completo endosso do plano, que estabelece uma meta de limitação do aquecimento global para um crescimento máximo de 2 graus centígrados em relação à era pré-industrial e mantém o prospecto de ajuda anual de 100 bilhões de dólares até 2020 para países em desenvolvimento.

O plano não especifica níveis de redução dos gases do efeito estufa para se chegar à meta de 2 graus centígrados que é vista como o limite crucial para se evitar mudanças perigosas, como inundações, secas, deslizamentos de terra, tempestades de areia e elevação dos níveis dos mares.

Em uma tumultuada sessão noturna, as conversações ficaram à beira do colapso quando Sudão, Nicarágua, Cuba, Venezuela e Bolívia se uniram para condenar o plano liderado pelos EUA, depois que cerca de 120 líderes partiram após a cúpula de sexta-feira.

Conversações da ONU são realizadas com o propósito de buscar um acordo por unanimidade. Por um compromisso fixado para evitar o fracasso, o acordo iria listar os países a favor e os contrários ao acordo.

O resultado pode deixar a iniciativa da formação da política climática mundial com os EUA e China, os dois maiores emissores de gases do efeito estufa, e ainda revelou as falhas evidentes no caótico processo da ONU.

Uma sessão plenária que entrou pela noite, presidida pelo primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, atingiu o ponto mais baixo quando um delegado sudanês disse que para a África o plano seria como o Holocausto.

O documento "é uma solução baseada nos mesmos valores que, na nossa opinião, conduziram seis milhões de pessoas na Europa a fornos," disse Lumumba Stanislaus Di-aping, do Sudão.

"A referência ao Holocausto, neste contexto, é totalmente desprezível," disse Anders Turesson, negociador-chefe da Suécia.

Outras nações e entidades, incluindo Estados europeus, o Japão, um representante da União Africana e a Aliança dos pequenos Estados-ilha, fizeram um apelo aos delegados para que adotassem o plano como uma referência da ONU para ação de combate contra as mudanças climáticas.

Muitas nações consideraram que o acordo está muito longe das ambições da ONU para Copenhague, conferência que era vista como um momento de virada na pressão à economia mundial para o uso de energias renováveis.

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