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ONGs criticam "fracasso histórico" do Acordo de Copenhague

19 dez 2009 - 02h19
(atualizado às 08h19)
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Várias ONGs, como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Oxfam, Avaaz e Amigos da Terra, criticaram duramente o "fracasso histórico" que supõe o Acordo de Copenhague na luta contra a mudança climática.

Delegados debateram acordo durante a madrugada
Delegados debateram acordo durante a madrugada
Foto: Reuters

O documento, estipulado por cerca de 30 países, foi reprovado pelas ONGs por sua falta de ambição, após circularem as primeiras minutas. "Após anos de negociações, há uma declaração que não vincula ninguém e não garante o futuro das gerações vindouras", manifestou o chefe da Iniciativa Global do Clima da WWF, Kim Cartensen.

O texto omite qualquer referência às reduções globais do bloco industrializado para 2020 e 2050, como propunha a ONU, e se limita a reunir os objetivos de redução de emissões poluentes anunciadas por cada país antes da reunião em Copenhague.

Para a ONG Avaaz, o documento é um "fracasso histórico" que representa o "colapso dos esforços internacionais" de assinar um acordo vinculativo que possa deter a "catastrófica" mudança climática. "O acordo está muito longe de ser justo, não é vinculativo e nem ambicioso", criticou o diretor da campanha global da organização, Ricken Patel, que reprovou que o acordo tenha sido selado por só quatro países, em alusão aos EUA, China, Índia e África do Sul.

Patel atribuiu a responsabilidade pelo fracasso de Copenhague a Washington e Pequim, responsabilizando americanos e chineses por compartilharem sua determinação de produzir um acordo "débil" em Copenhague. "Cada país pagará o preço pela avareza e pelo governo imperfeito destes dois países", afirmou.

Para o diretor-executivo da Oxfam Internacional, Jeremy Hobbs, o Acordo de Copenhague é o "triunfo da propaganda acima da substância". "Os líderes devem voltar à mesa de negociação no início de 2010 para adotar decisões políticas urgentes. Milhões de pessoas de todo o mundo não querem ver morrer em Copenhague suas esperanças de um acordo ambicioso, justo e vinculativo", referiu.

Por sua parte, a Amigos da Terra, classificou o acordo de Copenhague como "fracasso abjeto". "Ao atrasar a ação, os países ricos condenaram milhões de pessoas mais entre as pobres do mundo à fome, ao sofrimento e à perda da vida conforme a mudança climática se acelera", apontou o presidente da entidade, Nnimmo Bassey. Assinalou que se sente "nojo" pelo "fracasso dos países ricos" na hora de fixar objetivos ambiciosos e acusou o bloco industrializado de "acossar" os países em vias em desenvolvimento a "aceitar menos" do que merecem.

EFE   
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