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Papa cita responsabilidade de industrializados com aquecimento

15 dez 2009 - 10h58
(atualizado às 11h29)
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O papa Bento XVI pediu que os países industrializados reconheçam sua responsabilidade histórica na mudança climática, em uma mensagem divulgada nesta terça-feira pelo Vaticano.

Climate World - INFO1
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Foto: Reuters

"É importante reconhecer, entre as causas da atual crise ecológica, a responsabilidade histórica dos países industrializados", afirmou o chefe da Igreja católica em uma mesnagem que será lida por ocasião do Dia Mundial de Paz, no próximo 1º de janeiro e que o Vaticano antecipou para a imprensa.

"Os países menos desenvolvidos e, em particular, os emergentes, não estão isentos da responsabilidade ante a Criação, porque todos têm o dever de adotar progressivamente medidas e políticas de meio ambiente eficazes".

"Como permanecer indiferentes ante problemas que derivam de fenômenos como as mudanças climáticas, a desertificação, a degradação e a perda da biodiversidade, o aumento do desmatamento das zonas equatoriais e tropicais?", questiona o Sumo Pontífice.

O Papa prega "uma revisão profunda e visionária do modelo de desenvolvimento e uma solidaridade intergeracional" para enfrentar esses problemas.

O papa Bento XVI disse ainda que a humanidade não pode continuar indiferente à mudança climática e que é necessário que os países ricos diminuam o consumo de energia e que promovam as com menos impacto ambiental, e que haja uma mudança no modelo de desenvolvimento global.

Em sua mensagem, o papa afirma que "embora seja certo que devido à crueldade do homem contra o homem, há muitas ameaças para a paz e o desenvolvimento humano, como guerras, atentados terroristas e violações dos direitos humanos, não são menos preocupantes os perigos causados pela distração e pelo abuso da terra e dos bens naturais que Deus nos deu".

Por isso, afirmou que é "indispensável" que a humanidade renove e reforce a "aliança entre o ser humano e o meio ambiente".

"Como permanecer indiferentes diante dos problemas derivados da mudança climática, da desertificação, da deterioração e da perda de produtividade de amplas zonas agrícolas, da poluição dos rios, da perda da biodiversidade, do aumento de fenômenos naturais extremos, do desmatamento de áreas equatoriais e tropicais?", se perguntou o pontífice.

Bento XVI também se referiu às pessoas que têm que abandonar os lugares onde vivem, os "foragidos ambientais", por causa de sua deterioração, e disse que o homem tem que buscar uma solução.

Além disso, afirmou que a humanidade necessita "uma profunda renovação cultural, redescobrir os valores que constituem as bases para construir um mundo melhor", já que as crises que o mundo está atravessando atualmente, sejam de caráter econômico, alimentício, ambiental e social "são crise morais, relacionadas entre si".

O papa disse ainda que é necessário superar a lógica do mero consumo para promover formas de produção agrícola e industrial que respeitem a ordem da criação e que "satisfaçam as necessidades primárias de todos".

"A crise ecológica é uma oportunidade histórica para mudar o modelo de desenvolvimento global seguindo uma direção mais respeitosa com a criação e de um desenvolvimento humano integral, inspirado nos valores próprios da caridade na verdade", afirmou.

COP-15

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

Com agências AFP e EFE

Fonte: Redação Terra
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