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Especialista: conferência do clima não terá resultados

7 dez 2009 - 16h21
(atualizado às 17h42)
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O físico e professor da Universidade de São Paulo (USP) JoséGoldemberg afirmou nesta segunda que as discussões durante a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) não devem resultar em algo concreto. Segundo ele, as propostas de redução deemissões de gases do efeito estufa de países como Estados Unidos, China, Índia e Brasil são difíceis de ser conciliadas, ou seja, não se chega a um número que seja válido para todos.

"O Protocolo de Kyoto sob esse ponto de vista foi simples. Os países industrializados eram obrigados a reduzir suas emissões em 5%. Agora não, é uma variedade de propostas e é difícil ver qual é o tipo de acordo que acabará sendo feito. Eu tenho impressão de que as coisas seguirão mais o caminho que havia sido anunciado antes da conferência. É uma garantia de que vai se chegar a um número, mas que será adotado provavelmente na conferência do ano que vem."

Os Estados Unidos prometeram corte de 17% das emissões até 2020. A China anunciou compromisso de corte entre 40% e 45% por unidade de Produto Interno Bruto (PIB) até 2020. Já o Brasil assumiu o compromisso voluntário de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre36,1% e 39,8% até 2020

.

Na avaliação do professor, a proposta brasileira é um avanço em relação àposição anterior do governo, mas é difícil de entender pornão ser um número exato, o que trará dificuldade aos negociadoresinternacionais.

"O governo brasileiro propõe que sejam reduzidos 36% abaixo do nível de emissões que ocorrerá em 2020 e nós precisamos saber o que ocorrerá em 2020. Não é um número concreto. Se o país crescer muito a proposta significa uma redução importante. Se crescer pouco a redução vai ser pequena". 

Para Goldemberg, desta vez os Estados Unidos, único país rico a não assinar o Protocolo de Kyoto, não poderão ignorar a proposta que sairá da COP-15, mas tentarão interferir para que o novo acordo para o clima não "doa muito". "Eles não vão fugir porque esse governo atual está totalmente comprometido."

Agência Brasil Agência Brasil
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