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Países participam de conferência contra tráfico de elefantes

No continente africano restam 470.000 elefantes, mas entre 20.000 e 30.000 são mortos a cada ano, e a população continua a diminuir

25 mar 2015 - 16h33
(atualizado às 21h39)
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<p>Animal é novamente a estrela da reunião de Kasane, nos arredores dos parques naturais do norte de Botsuana</p>
Animal é novamente a estrela da reunião de Kasane, nos arredores dos parques naturais do norte de Botsuana
Foto: AFP

Representantes de trinta países e ONGs se reuniram nesta quarta-feira em Botsuana para tomar medidas contra o tráfico de espécies protegidas, que ameaça a sobrevivência de elefantes, rinocerontes e tigres.

Dois dias depois de uma conferência dedicada inteiramente ao elefante na África, o animal é novamente a estrela da reunião de Kasane, nos arredores dos parques naturais do norte de Botsuana.

Elefante consegue 'escalar' poço na China:

Na abertura da reunião, o presidente do Gabão, Ali Bongo, lembrou que seu país, junto a Botsuana, Chade, Etiópia e Tanzânia, pediu uma moratória "de pelo menos dez anos para a venda de marfim, tempo necessário para estabilizar nossas populações de elefantes".

No continente africano restam 470.000 elefantes, mas entre 20.000 e 30.000 são mortos a cada ano, e a população continua a diminuir.

As redes internacionais organizam a caça furtiva e a exportação ilegal de marfim, principalmente para a China ou Tailândia. Lá, as presas de elefantes são transformadas em estátuas ou joias.

"Estamos preocupados em saber que grupos terroristas usam o comércio de marfim como nova fonte de financiamento", acrescentou o presidente do Gabão.

Elefantes espantam hipopótamos em parque da África do Sul:

O tráfico de espécies ameaçadas de extinção gera, segundo especialistas, cerca de 19 bilhões de dólares em volume de negócios a nível mundial.

Em discurso inflamado para os delegados de Kasane, o secretário de Estado britânico para o meio ambiente, Lord de Mauley, lembrou os desafios desta luta: "o tráfico ilegal de animais silvestres é grave. É grave porque gera corrupção e instabilidade, é grave porque rouba recursos naturais das comunidades locais, numa escala jamais vista. É grave porque ameaça a própria existência das espécies mais emblemáticas".

A conferência deverá estudar os efeitos das medidas adotadas em 2014 em reunião semelhante realizada Londres.

Interesse pelo marfim pode levar elefantes a extinção:

A reunião em Botsuana "é uma oportunidade para manter e consolidar o elevado nível de vontade política que alcançamos no ano passado em Londres, e chegar a um acordo sobre novas medidas essenciais para combater o tráfico", prosseguiu Lord de Mauley.

Botsuana, atualmente livre da caça furtiva, explicou o método utilizado para preservar sua população de 140.000 elefantes: a cooperação entre exército, polícia e serviços de inteligência e o envolvimento das comunidades rurais são elementos-chave para alcançar este sucesso.

"Os elefantes são muito inteligentes e quando são incomodados num lugar, se mudam para outra área onde sabem que vão estar mais seguros", disse à AFP Michael Chase, que realiza um censo com os elefantes na África para a ONG Elefantes Sem Fronteiras.

"No caso de Botsuana, muitos dos nossos elefantes são refugiados políticos", garante.

A conferência vai continuar com discursos de delegados de outros países, incluindo os sul-africanos, que apresentarão as medidas adotadas contra a caça furtiva de rinocerontes - que explodiu nos últimos cinco anos.

As presas deste pacato herbívoro são usadas na medicina tradicional asiática, e são vendidas em pó a preço de ouro nos mercados asiáticos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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