Com palavrão no título, página sobre ciência é seguida por 6,8 milhões
Em março de 2012, a britânica Elise Andrew criou uma página no Facebook para guardar as descobertas, notícias e outras informações sobre ciência que ela gostava. "Eu criei a página e coloquei todo o conteúdo que eu estava postando no meu perfil pessoal, então fui para a cama. Quando acordei, eu tinha 1 mil seguidores", diz Elise em entrevista ao Mashable. Hoje, o perfil I Fucking Love Science (algo como "eu amo ciência para c.") tem 6,8 milhões de seguidores.
Elise nem é cientista - mas uma fã. Ela descreve o IFLS (para abreviar) como "o interior da minha cabeça". A página contém as coisas pelas quais Elise se interessa, como notícias sobre centopeias peruanas gigantes, quadrinhos sobre aliens ou as principais descobertas científicas da semana. Desde a criação, o número de seguidores sobe com uma média de 10 mil a 15 mil por dia, segundo a criadora.
A britânica é formada em biologia e não tem um doutorado, mas faz parte de uma nova geração de vozes influentes: os comunicadores de ciência. O site cita uma palestra com cerca de 900 pessoas que uniu Elise, Annalee Newitz do site io9, Maria Popova do Brain Pickings, Emily Graslie do The Brain Scoop e Mitchell Moffit e Gregory Brown do AsapSCIENCE. Nenhum deles é cientista, mas tem uma grande audiência.Elise conta que não tinha certeza se deveria incluir um palavrão ("fucking") no nome de uma página no Facebook, mas hoje deve parte do sucesso ao uso dela. Contudo, a url da página já sofreu censura pela administração da rede social, e agora termina com um "IFeakingLoveScience".
"Sim, (usar um palavrão) significa que pessoas vão gostar menos de você, e eu provavelmente vou ter muitas pessoas que me odiarão do que teria uma página qualquer", diz Elise. "Mas também significa que as pessoas vão se sentir mais conectadas a você. Porque esta é a minha personalidade. Sou eu."
Segundo o Mashable, não é apenas o nome e a simplicidade que fazem o sucesso da página. O post preferido de Elise ilustra isso:
"Pessoas em geral romantizam a natureza, e elas a tornam em algo que ela não é porque os humanos são horríveis. Sim, nós estamos estragando o planeta, mas ocorre apenas porque temos a capacidade de fazer isso. Animais não são melhores do que nós. Não são mais agradáveis do que nós. A natureza é assustadora para c."
Segundo o site, Elise nos lembra que a ciência é incrível, mas também é, de certa forma, insana - e é por isso que amamos a ciência.