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Presidente do IPCC renuncia após denúncia de assédio sexual

24 fev 2015 - 08h57
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O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra Pachauri, renunciou ao cargo depois de ter sido acusado de assédio sexual a uma subordinada, anunciou nesta terça-feira a organização.

"O gabinete do IPCC aprovou nesta terça-feira designar o vice-presidente Ismail El Gizuli como presidente em função", afirma o grupo de especialistas da ONU.

"A nomeação de Gizuli é consequência da decisão do doutor Rajendra K. Pachauri de renunciar do posto de presidente do IPCC a partir de hoje", anunciou a organização em Nairóbi, onde acontece a partir desta terça-feira uma conferência de quatro dias sobre o aquecimento global.

Pachauri já havia anunciado que não participaria no evento na capital do Quênia, depois que uma cientista de 29 anos, que trabalhou sob as ordens do indiano em um centro de estudos de Nova Délhi, o acusou de assédio sexual por meio de mensagens telefônicas e e-mails.

Na segunda-feira, um tribunal indiano decidiu suspender durante três dias a detenção de Pachauri, enquanto a polícia investiga a denúncia.

A renúncia foi anunciada no início de um ano crucial para as negociações climáticas, que serão concluídas com a conferência internacional de Paris em dezembro.

"Nâo acredito que isto tenha alguma consequência sobre Paris", disse Laurence Tubiana, embaixadora francesa para as mudanças climáticas.

A reunião na capital francesa espera concluir o acordo mais ambicioso da história para combater o aquecimento global, um pacto universal que sucederá o Protocolo de Kyoto após o ano 2020.

O último relatório do IPCC, publicado em outubro de 2014, apresenta os cenários possíveis para o planeta. O mais pessimista prevê um aumento global das temperaturas até o fim do século XXI de entre 3,7 e 4,8 graus na comparação com o período 1850-1900.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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