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Clima da Espanha tende a se africanizar, adverte analista da ONU

1 abr 2014 - 18h50
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O pesquisador das Nações Unidas sobre mudança climática, José Marengo afirmou nesta terça-feira no Rio de Janeiro que o clima da Espanha "tende a se africanizar", e lamentou o desmatamento da Amazônia, mesmo reconhecendo que o ritmo diminuiu.

O especialista comentou em entrevista coletiva as conclusões do II Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática (IPCC), apresentado ontem em Yokohama, no Japão.

As mudanças climáticas na Espanha estão provocando "a diminuição de precipitações e a elevação do nível do mar, dois efeitos muito preocupantes".

Ele explicou que a "Espanha é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas e isso pode afetar o turismo como motor econômico do país".

Sobre o Brasil, Marengo mostrou que "a variabilidade do clima torna muito difícil fazer previsões de longo prazo, na Amazônia está diminuindo o ritmo da queima da vegetação, mas o país continua sendo um dos que mais floresta queima no mundo".

O especialista afirmou que a mudança climática "já é uma realidade, e existe o perigo de chegarmos a um ponto em que não há retorno".

"O primeiro passo é aceitar o problema para poder pensar em soluções", que, para Marengo, passam pela "adaptação do ser humano e da sociedade para tentar atenuar os efeitos da mudança climática".

Mesmo assim, ele advertiu que os mecanismos de adaptação devem ser acompanhados de uma redução significativa da emissão de gases do efeito estufa.

A mudança climática já afetou a disponibilidade de alimentos e de água em diversas partes do planeta, mostrou o relatório apresentado em Yokohama, que preveem um aumento dos fluxos migratórios e maior risco de conflitos entre povos por causa destes fenômenos.

O documento elaborado pelo IPCC é o mais extenso e contundente até o momento sobre o processo climatológico, pois analisa os impactos sobre o homem e sobre a natureza em todas as regiões do planeta de hoje até 2100.

O relatório foi redigido durante uma semana em Yokohama por cerca de 500 especialistas internacionais e responsáveis políticos de 70 países a partir dos últimos estudos científicos sobre o tema.

EFE   
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