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China insiste em maior redução de CO2 nos países ricos

5 out 2010 - 09h12
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Os cortes nas emissões de gases do efeito estufa prometidos pelos países ricos continuam bem aquém do necessário para evitar um perigoso aquecimento global, disse uma autoridade chinesa na quinta-feira, ao defender a adoção de um novo tratado climático de âmbito mundial.

A China já é o maior emissor mundial de gases do efeito estufa, e suas emissões certamente devem continuar crescendo, acompanhando o seu forte crescimento econômico.

Mas Su Wei, diretor do departamento de mudança climática da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China, disse que os países ricos, com suas emissões per capita muito superiores, deveriam abrir espaço para o crescimento das economias emergentes.

"As metas de (redução das) emissões para os países desenvolvidos deveriam ser drasticamente aumentadas", disse ele numa entrevista coletiva em Tianjin, onde 177 países discutem as bases de um possível novo acordo climático global para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

Esses debates vêm se concentrando mais na questão das verbas para os problemas climáticos, das políticas de proteção florestal e de transferência de energias limpas, deixando em segundo plano as metas de redução de emissões.

A esperança é que uma conferência climática da ONU no final do ano, em Cancún, lance as bases para um novo tratado climático de cumprimento obrigatório - o que já não ocorreu na conferência de 2009 em Copenhague, da qual saiu apenas uma declaração de princípios.

Su disse a jornalistas que a questão das emissões dos países ricos não poderá ser evitada em Cancún, mas acrescentou que é um bom sinal que as nações desenvolvidas tenham oferecido metas de redução das emissões como parte do Acordo de Copenhague.

"Mas essas metas ainda estão certamente longe das expectativas dos países em desenvolvimento e daquilo que é necessário segundo a ciência", acrescentou.

Um negociador de outro grande país em desenvolvimento disse que as perspectiva para Cancún são incertas.

"Não acho que (a discussão) esteja indo especialmente rápido ou bem até agora", disse esse delegado em Tianjin, pedindo anonimato devido à natureza reservada do processo. "É difícil ver como poderemos obter um resultado realmente substancial daqui até o México."

Se a conferência de Cancún não resultar em um tratado definitivo, os negociadores ainda terão mais uma chance, um ano depois, numa conferência climática da ONU na África do Sul.

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