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China e EUA iniciam em Pequim luta contra mudança climática

31 mai 2013 - 12h40
(atualizado às 12h53)
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China e Estados Unidos, os países mais poluentes do mundo, iniciaram nesta sexta-feira em Pequim uma rodada de conversas para tomar medidas contra a mudança climática, em um momento em que as "ações conjuntas são mais necessárias que nunca".

Foi o que disse hoje o enviado especial dos EUA para a mudança climática, Todd Stern, que deu uma entrevista coletiva na capital da potência asiática com Xie Zhenhua, vice-presidente da Comissão Nacional chinesa para a Reforma e o Desenvolvimento.

Os dois são os líderes de uma equipe de trabalho que procura afinar os discursos dos EUA e da China em matéria ambiental, após anos de confrontos e da recusa de ambos a se comprometer oficialmente com a redução das emissões de dióxido de carbono segundo os padrões internacionais.

A visita do representante americano a Pequim acontece em um momento de especial relevância, faltando apenas uma semana para a reunião na Califórnia dos líderes das duas potências mundiais, Xi Jinping e Barack Obama, uma reunião em que já foi confirmado que o aquecimento global será um dos temas.

O próprio Stern lembrou isso hoje em Pequim, e, embora não tenha anunciado nenhum acordo substancial alcançado até o momento, enfatizou que China e EUA estão "no caminho certo."

"Há sinais promissores para estender a cooperação beneficente, não só para ambos países, mas para o mundo", destacou.

Sua passagem pela capital da potência asiática é considerada um acompanhamento da declaração conjunta contra a mudança climática que Pequim e Washington assinaram em abril passado, estipulada durante a visita à China do secretário de Estado americano, John Kerry.

Apesar de então a preocupação de ambos os países pela ameaça da Coreia do Norte de lançar um míssil ofuscou o documento, tanto Stern como Xi e destacaram hoje o papel preferencial que a mudança climática ocupa nas respectivas agendas nacionais e em suas relações bilaterais.

"Houve um progresso significativo (nos EUA), mas precisamos fazer muito mais. E faremos", afirmou o enviado especial americano.

Xie se mostrou de acordo com a urgente necessidade de tomar medidas, e manifestou seu desejo de que a luta contra a deterioração ambiental se torne "um dos pontos fortes das relações bilaterais".

A China, que descuidou durante décadas do meio ambiente em prol de um desenvolvimento rápido, está em um momento delicado, com boa parte de seus principais cidades sob elevados níveis de poluição.

Os altos índices de poluição levaram o governo a tomar medidas de emergência em janeiro deste ano quando se atingiram recordes históricos de partículas aéreas em cidades como Pequim ou Xangai, entre elas a redução de emissões industriais e o controle da circulação de veículos oficiais.

Xi inclusive admitiu o problema durante seu primeiro discurso como presidente em março passado, após uma sucessão de protestos populares em algumas localidades chinesas pelas negativas consequências da poluição para a saúde.

De acordo com o Greenpeace, só em 2012 os altos níveis de poluição do ar causaram cerca de 8.572 mortes prematuras nas cidades de Pequim, Xangai, Cantão e Xian.

Sem resultados ainda à vista, o porta-voz chinês se mostrou convencido de que o encontro de hoje com Stern representa "uma sólida base para uma futura cooperação", e explicou que ambos os países promoverão várias reuniões em breve para dar corpo às propostas que estão sendo negociadas.

EFE   
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