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Brasil iniciará obras de novo acelerador de elétrons este ano

28 jan 2013 - 18h43
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As obras de construção do novo acelerador de elétrons de terceira geração, batizado de Sirius, devem começar ainda este ano, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP). Capaz de emitir radiação com maior brilho e gerar imagens com mais resolução que o atual, de segunda geração, o equipamento poderá atrair para o país cientistas de destaque no cenário internacional, como a israelense Ada Yonath - vencedora do Nobel de Química em 2009 por seu trabalho sobre a estrutura e a função dos ribossomos, afirmou Antonio José Roque da Silva, diretor do LNLS, em entrevista à Agência Fapesp.

“Será uma facilidade aberta que atenderá as mais diversas áreas da ciência, desde medicina, biofísica, biotecnologia, biologia molecular e estrutural, até paleontologia, ciências dos materiais, agricultura e nanotecnologia. Se o equipamento estiver realmente no estado da arte, vai atrair pesquisadores de ponta de todo o mundo”, disse.

Desde 1997, no LNLS, está aberto para uso em pesquisas externas um acelerador de elétrons de segunda geração. Atualmente, o laboratório está subordinado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e conta com 16 estações experimentais, também chamadas linhas de luz, que atendem em torno de 500 grupos de pesquisa por ano.

Único na América Latina, o síncrotron é capaz de emitir radiação de alto brilho em diversas frequências, desde infravermelho até raios X. Isso permite estudar a estrutura atômica que compõe os mais diversos materiais e descobrir como se distribuem espacialmente e como estão interligados.

Na nova estrutura, a energia final dos elétrons será mais do que o dobro da atual, que é de 1,37 GeV (gigaelétron-volt). Além de gerar mais intensidade de luz, o Sirius também ampliará sua faixa de alcance para os raios X duros (o penúltimo no espectro eletromagnético, atrás dos raios gama). Isso permitirá penetrar estruturas mais espessas.

“Hoje, ao estudar as propriedades do aço, por exemplo, só é possível penetrar na camada mais superficial do material. Com o novo acelerador conseguiríamos atingir de fato o volume e aprender como os átomos estão organizados”, contou Roque da Silva.

O custo previsto do projeto, estimado para terminar em 2016, é de R$ 650 milhões. Até o momento, segundo Roque da Silva, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) já investiu cerca de R$ 55 milhões. O projeto também conta com apoio do governo do Estado de São Paulo, que se comprometeu a fazer a desapropriação do terreno de 150 mil metros quadrados onde será construído o acelerador – ao lado das atuais instalações do LNLS.

Fonte: Terra
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