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Brasil e Colômbia estreitam laços comerciais e combaterão mudança climática

9 out 2015 - 22h26
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A presidente Dilma Roussef e o líder colombiano, Juan Manuel Santos, estreitaram as relações comerciais entre os países nesta sexta-feira e concordaram em trabalhar para intensificá-las, assim como colaborar em matéria de luta contra a mudança climática.

"Temos muitos temas para trabalhar e avançar conjuntamente", afirmou Santos em declaração na Casa de Nariño, sede do governo, junto a Dilma, que está de visita oficial na Colômbia.

Entre os campos a serem desenvolvidos, Santos destacou a intenção de aumento do comércio bilateral, "que hoje gira por volta de US$ 4 bilhões de dólares" mas que, em sua opinião, "pode ir muito melhor".

Santos também enfatizou que o tema de comércio exterior é de particular interesse diante da atual conjuntura de "dificuldades econômicas em nível mundial", por isso considera necessário que ambos os países façam o possível para "promover a integração comercial".

Como parte dessa vontade, os dois países assinaram acordos em matéria de cooperação e facilitação de investimentos, desenvolvimento agrário e agricultura familiar, inclusão financeira e cooperação em assuntos indígenas na região de fronteira.

Além disso, foram firmados convênios para a promoção de estudos e pesquisa, cooperação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e cooperação em logística e transporte fluvial.

Outra novidade é que ambos os países assinaram uma carta de intenção para colaborar "em matéria de luta contra a mudança climática".

"Apresentamos ao Fundo Global do Ambiente um programa para a proteção da biodiversidade na Amazônia, que inclui Brasil, Peru e Colômbia", explicou Santos.

Dilma considerou que essa "declaração conjunta é muito mais que apenas uma declaração" e ressaltou, da mesma forma que seu colega, que Colômbia e Brasil são os dois maiores países em biodiversidade do planeta.

"Compartilhamos uma das maiores riquezas que é o Amazonas. Nosso posicionamento comum ultrapassa o acordo assinado nesse âmbito; mostra a disposição de nossos países de agir para reservar a riqueza ambiental", acrescentou.

A visita oficial de Dilma também conta com a presença dos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e de Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, assim como de outros membros de seu gabinete e empresários.

Assim como Santos, a governante também enfatizou as possibilidades de "explorar o potencial imenso que existe" entre ambos os países, e informou que o comércio bilateral passou de US$ 1,4 bilhão para US$ 4 bilhões no ano passado.

Para Dilma, esse crescimento de 165% é "apenas o início, que sem sombra de dúvidas será vantajoso para os povos e economias" de Brasil e Colômbia e vai gerar "mais emprego e renda".

A presidente brasileira também deu destaque ao acordo que permitirá desenvolver a indústria automotiva e os setores associados.

Da mesma forma, mencionou a decisão dos dois países de "descongelar" o acordo de complementação econômica, que permitirá "uma relação mais fluente tanto comercial como na área de investimentos".

Dilma também manifestou o apoio do Brasil às negociações de paz que Santos e as Farc realizam em Cuba há quase três anos, de modo a alcançar um acordo que ponha fim a mais de 50 anos de conflito armado, e mostrou vontade de colaborar no eventual pós-conflito.

No último evento com os discursos dos dois líderes, um seminário empresarial colombo-brasileiro, Dilma Rousseff disse que o Mercosul e a Aliança do Pacífico devem convergir e assinalou que essa integração "só trará benefícios".

Durante seu discurso, a presidente comentou que o Brasil tem a experiência de relação com várias áreas regionais e lembrou que o país tem grande proximidade com os integrantes dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil).

Santos declarou que a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru) quer "encontrar complementos com o Brasil", assim como com o restante da América do Sul e Latina.

"É uma aliança na qual, simplesmente, quatro países se propuseram a aprofundar a integração, mas não com uma mentalidade excludente", argumentou.

EFE   
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