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Brasil e Argentina concentraram fenômenos climatológicos extremos em 2013

24 mar 2014 - 10h53
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O nordeste do Brasil viveu durante 2013 a pior seca dos últimos 50 anos, enquanto a Argentina teve o segundo ano mais quente desde que as estatísticas começaram a ser recolhidas em 1961, segundo anunciou nesta segunda-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Estes dados surgem da Declaração sobre o Estado do Clima de 2013, elaborada pela OMM, e que contém detalhes sobre precipitações, inundações, secas, ciclones tropicais, coberturas de gelo e o nível do mar em escala regional.

As temperaturas na América do Sul estiveram dominadas pelo calor na maior parte do continente, revela o relatório, que especifica, no entanto, que houve exceções nesta tendência no noroeste do continente, com temperaturas mais baixas do que a média.

O nordeste do Brasil, conhecido por ser um dos lugares mais secos do todo o continente, viu este fenômeno se agravar consideravelmente no ano passado.

Este fenômeno infelizmente foi seguido por uma seca permanente da zona amazônica na década de 2001 a 2010, a pior dos últimos 50 anos, especificou a OMM.

O organismo destaca que o planalto brasileiro sofreu o maior déficit de chuva desde 1979, o que levou a investimentos que superaram os US$ 8 bilhões.

Na Argentina, um período extremamente cálido de outubro a dezembro, incluindo o dezembro mais quente desde que são compiladas estatísticas, contribuiu para que 2013 fora o segundo ano mais caloroso (após 2012) desde que se têm dados.

O centro e o norte da Argentina sofreram com a onda de calor mais intensa desde 1987.

Outro dos fenômenos extremos que a Argentina sofreu em 2013 foram as inundações da cidade de La Plata, que causaram 50 mortes.

Em 2 de abril de 2013, La Plata recebeu 300 milímetros de chuva em apenas três horas, precipitações que inundaram a cidade e se transformaram em um dos piores desastres meteorológicos da história do país.

O relatório lembra que muitos estados do Brasil também sofreram com intensas chuvas durante dezembro e que sete cidades alcançaram recordes.

Por exemplo, a cidade de Aimorés, no sudeste, recebeu quatro vezes a chuva média que é registrada normalmente em dezembro.

Em nível global, o relatório revela que o ano 2013 foi, junto com 2007, o sexto ano mais caloroso desde meados do século XIX, quando começou o registro moderno de temperaturas.

O organismo -que antecipou esta informação em fevereiro- considera que este dado é uma confirmação a mais da mudança climática.

Tanto em 2013 como em 2007, as temperaturas da superfície do oceano e da terra foram superiores em 0,50 graus centígrados à média de 1961 a 1990, e 0,03 graus centígrados mais altas do que a média da década mais recente (2001-2010).

Deixando sem argumentos os que ainda rebatem o fenômeno da mudança climática, a OMM precisou que 13 dos 14 anos mais quentes dos que se têm dados ocorreram no século XXI.

Os anos mais quentes de todos foram 2005 e 2010, com temperaturas mundiais superiores em 0,55 graus centígrados à média a longo prazo.

Em 2013, as temperaturas altas mais extremas foram registradas na Austrália, que viveu o ano mais caloroso que se tem registro.

EFE   
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