Ban elogia encíclica e pede pacto climático "ambicioso" em Paris
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, elogiou à encíclica do papa Francisco sobre o meio ambiente lançada nesta quinta-feira e pediu aos governos a adoção de um acordo "ambicioso" este ano em Paris contra a mudança climática.
"Sua primeira encíclica enfatiza que a mudança climática é um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta e que é um assunto moral que requer um diálogo respeitoso com todas as partes da sociedade", disse o secretário-geral em comunicado.
Em "Laudato si" (Louvado seja), o pontífice denuncia a fraca reação política internacional e os interesses econômicos na hora de defender o meio ambiente e pede uma "revolução cultural corajosa" para salvá-lo.
"Apelo aos governos do mundo para que coloquem o interesse comum acima dos próprios interesses nacionais e adotem um acordo climático universal e ambicioso este ano em Paris", acrescentou o diplomata coreano.
No documento, o papa afirma que as cúpulas mundiais dos últimos anos "não corresponderam às expectativas, porque não alcançaram, por falta de vontade política, acordos ambientais globais realmente significativos e eficazes".
O principal responsável da ONU destacou que nesta encíclica fica evidente que há um consenso científico "muito sólido" que aponta a que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas foi provocada pela atividade humana. Por isso, Ban reiterou que a humanidade tem a obrigação de cuidar e proteger o planeta e demonstrar solidariedade com os mais pobres e vulneráveis porque são os que mais sofrem o impacto da mudança climática.
Ele lembrou ainda a contribuição que os líderes de todas as religiões e outras personalidades influentes podem dar neste tema e no fortalecimento de um desenvolvimento sustentável. O secretário-geral disse que espera elogiar o papa Francisco em setembro em Nova York quando discursará na Assembleia Geral das Nações Unidas.
A encíclica é a carta mais importante escrita por um papa. Apesar de esta ser a sua primeira, Francisco participou da finalização da 'Lumen Fidei' (A luz da Fé), que teve boa parte redigida por Bento XVI.