Atividade humana influiu no fortalecimento de fenômenos climáticos extremos
Atividades humanas como a emissão de gases do efeito estufa e o uso da terra tiveram influência no fortalecimento de fenômenos meteorológicos extremos e fatos climáticos em 2014, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Administração de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
No relatório sobre os fenômenos climáticos extremos do ano passado, a NOAA citou como uma das causas do "aumento de intensidade" a mudança climática antropogênica, ou seja, provocada pela atividade humana.
As atividades humanas seriam, segundo o novo relatório, um fator de "influência" no fortalecimento dos furacões no Pacífico, da intensidade das chuvas registradas na Europa, da seca do leste da África e das "sufocantes ondas de calor na Austrália, Ásia e América do Sul".
"Em cada um dos últimos quatro anos, esse relatório demonstrou que fenômenos como o das temperaturas extremas estão ligados aos gases do efeito estufa gerados pelas atividades humanas", assinalou Thomas R. Karl, diretor do Centro Nacional de Informação Ambiental da NOAA.
O relatório deste ano foi elaborado por 32 grupos de cientistas de todo o mundo que pesquisaram 28 fenômenos extremos ocorridos em 2014 em todo o planeta.
O documento acrescenta neste ano uma análise de novos tipos de fatos climáticos, como os "incêndios florestais e a extensão da camada de gelo da Antártida".
Os cientistas determinaram no estudo que, em geral, "a probabilidade de incêndios florestais na Califórnia (EUA) aumentou devido à mudança climática induzida pela atividade humana", embora não pôde estabelecer nenhum vínculo específico com os incêndios ocorridos em 2014 na região.
O relatório também indica a probabilidade de os ciclones que castigaram o Havaí foram provocados substancialmente pela mudança climática provocada pelo homem.
Dessa forma, na Europa, a ação humana "aumentou a probabilidade de um recorde anual de calor médio, assim como no nordeste do Pacífico e no noroeste do Atlântico".
Os estudos, explicou a NOAA, "mostraram que a seca no leste da África se intensificou devido à mudança climática" e que o "extremo calor" registrado na Coreia e China foi influenciada pela mudança climática antropogênica.
"A compreensão de nossa influência em alguns fenômenos meteorológicos extremos é a ciência de vanguarda que nos ajudará na adaptação da mudança climática", destacou Stéphanie C. Herring, editora principal do relatório no Centro Nacional de Informação Ambiental da NOAA.