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Rota dos tubarões no Nordeste poderá ser acompanhada na web

23 jul 2014 - 18h19
(atualizado às 18h25)
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Pesquisadores vão divulgar rota de tubarões
Pesquisadores vão divulgar rota de tubarões
Foto: Ana Lima Freitas / Especial para Terra

A rota dos tubarões que percorrem a costa nordestina deverá ser disponibilizada em breve na internet. O projeto é capitaneado pela ONG americana Ocearch e deve informar aos internautas os hábitos e a rotina desses animais. A expedição que vai realizar o trabalho de captura e marcação eletrônica dos tubarões saiu nesta quarta-feira do Recife e só deve ser concluída em 14 de agosto. 

O grupo é formado por vários cientistas brasileiros. Um deles é o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco Fábio Hazin. “Nós sabemos hoje que esses animais estão se aproximando das nossas praias seguindo as correntes marinhas no sentido sul-norte e que partir do momento em que são liberados eles continuam acompanhando essas correntes em direção ao norte, mas nós não sabemos de onde eles vêm e não sabemos para onde eles vão e nem sabemos qual é a possível associação dessa migração com o ciclo de vida desses animais”, afirma Hazin.

Após a captura individual, feita com anzol circular, o tubarão é levado para uma plataforma onde os pesquisadores tem acesso ao animal. Um pano preto é colocado nos olhos do bicho para acalmá-lo. Um chip de georreferência é inserido na barbatana dorsal para que o tubarão possa ser rastreado. São colhidas amostras de sangue e de parasitas da pele no animal, que é liberado em cerca de 15 minutos. O monitoramento pode chegar a cinco anos.

“A chave do sucesso é capturar um animal de cada vez. Desde 2007, perdemos apenas um tubarão, na África do Sul, o que nos deixou grandes lições sobre a forma de colocar o anzol”, afirmou o capitão do navio e fundador da Ocearch, Chris Fischer. Segundo a ONG, que está na vigésima expedição, mais de 200 animais já foram marcados em todo o mundo. O trabalho dos pesquisadores deve passar por Aracaju, Fernando de Noronha e Natal. Depois o grupo começará uma nova expedição na Austrália.

Todo o trabalho dos cientistas é realizado a bordo de um navio laboratório. A expedição está orçada em US$ 700 mil e é bancada em grande parte por uma empresa multinacional.

Há um ano, Pernambuco registrava o último ataque de tubarão no Estado. A estudante paulista Bruna Gobbi, 18 anos, foi vítima de um animal enquanto tomava banho na praia de Boa Viagem, zona sul do Recife.

As informações sobre as rotas dos tubarões marcados na costa nordestina estão disponíveis no site www.ocearch.org.

Fonte: Terra
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