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Pesquisadores encontram vestígios de flores do período Paleolítico na Espanha

5 mai 2015 - 10h36
(atualizado às 10h36)
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Uma equipe de pesquisadores espanhóis encontrou na Espanha uma alta concentração de pólens fossilizados sobre um túmulo do período Paleolítico, o que pode significar que alguém deixou flores sobre o local há 16 mil anos.

Os pesquisadores têm certeza que as flores foram colocadas "sobre o túmulo", mas não puderam determinar se foram deixadas como "oferenda" ou para "evitar o mau cheiro associado ao enterro", explicou a especialista e professora da Universidade do País Basco, María José Iriarte.

O estudo analisa o enterro da chamada "Dama Vermelha" da caverna de El Mirón, um túmulo do Paleolítico Superior à qual a revista "Journal of Archaeological Science" dedicou uma edição especial.

A caverna foi habitada desde o Paleolítico Médio até a Idade do Bronze e contém um importante depósito arqueológico.

O local era conhecido desde 1903, mas as pesquisas arqueológicas sistemáticas só foram iniciadas em 1996 e terminou em 2010, quando, nos níveis correspondentes ao período inicial da cultura Magdaleniana do povo cântabro, foi encontrado um túmulo humano, "intacto e não contaminado", ressaltou a pesquisadora.

A fossa, que contém os restos ósseos de uma mulher de entre 35 e 40 anos, está situada no fundo da caverna, em um pequeno espaço entre a parede e um bloco desprendido do teto que contém diversas gravuras que poderiam ser da época do enterro.

A coloração vermelha dos ossos e o sedimento no qual repousam sugerem a utilização do ocre como parte do ritual de inumação, e daí vem o nome com o qual os restos foram batizados: Dama Vermelha.

Os autores do estudo estudaram as condições ambientais sob as quais aconteceu o enterro e analisaram os pólens e esporos conservados no sedimento.

Na caverna, no nível sepulcral, os pesquisadores encontraram uma alta concentração de pólens de plantas de uma única família, a chamada 'Chenopodiacea'.

Descartadas por diversos motivos, outras possibilidades são que essas plantas eram utilizadas com fins alimentícios ou terapêuticos. "A hipótese mais verossímil é que foram colocadas flores inteiras no túmulo", explicou Iriarte.

"Não foi possível garantir se essa contribuição de plantas teve como objetivo ser uma oferenda à falecida, ou se tinha um fim mais simples, relacionado, por exemplo, ao saneamento ou à higienização", acrescentou.

EFE   
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