PUBLICIDADE

Fumar cérebro de abutre para "prever" jogos ameaça espécie

8 jun 2010 - 14h12
Compartilhar

Entidades de proteção de animais na África do Sul estão dizendo que uma espécie de abutre tradicional da região, o abutre do Cabo, está ameaçada de extinção devido a crença local de que fumar o cérebro da ave ajuda a prever o resultado de jogos de futebol.

Segundo crença local, fumar o cérebro da ave ajuda a prever o resultado de jogos de futebol
Segundo crença local, fumar o cérebro da ave ajuda a prever o resultado de jogos de futebol
Foto: BBC Brasil

A tradição tem suas raízes nas culturas de várias etnias sul-africanas. Acredita-se que o animal tem a capacidade de prever o futuro e que, fumando ou ingerindo seu cérebro, seja possível adquirir esse poder. O suposto conhecimento adquirido é então usado para se fazer apostas em resultados de eventos esportivos.

Cultura

Especialistas acreditam que a excelente visão da ave, que tem a capacidade de localizar alimentos em vastas áreas, talvez tenha contribuído para a crença de que o pássaro tenha poderes especiais.

Embora não haja qualquer evidência científica para sustentar essa crença, Andre Botha, da entidade sul-africana de proteção a espécies ameaçadas Endangered Wildlife Trust, disse que é difícil convencer as pessoas disso.

"Pense nos comerciantes que vendem esses abutres. Se a crença fosse verdadeira, todos seriam poderosos e milionários. Mas é muito fácil perceber isso quando olhamos da nossa perspectiva". "Quando se trata de uma crença arraigada em uma cultura por centenas ou milhares de anos, é muito difícil questioná-la", disse o especialista.

Com a aproximação da Copa do Mundo, ambientalistas temem que apostas nos resultados dos jogos levem a um boom na venda de cérebros de abutres. Botha disse que o abutre do Cabo está particularmente ameaçado e, se continuar a ser morto no ritmo atual, pode desaparecer dentro de 15 a 30 anos.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade