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Descoberto monstro marinho que viveu há 480 milhões de anos

Um dos autores do estudo da Universidade de Yale utilizou um novo método de análise de fósseis que permitiu ter uma visão 3D do animal

11 mar 2015 - 16h37
(atualizado às 17h56)
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Monstro marinho levava na cabeça uma rede de espinhos que filtrava os alimentos
Monstro marinho levava na cabeça uma rede de espinhos que filtrava os alimentos
Foto: Science / Reprodução

Pesquisadores das universidades de Yale e Oxford descobriram um monstro marinho similar a um crustáceo de dois metros de comprimento, que vagava pelos mares há 480 milhões de anos, e tinha hábitos alimentares iguais aos das baleias de hoje em dia.

A criatura "teria sido uma das maiores a viver nesta época", segundo a zoóloga Allison Daley, uma das auroras do estudo, da universidade de Oxford.

A pesquisa, coordenada por pesquisadores das universidades da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, foi publicada na revista especializada Nature.

O monstro marinho levava na cabeça uma rede de espinhos que filtrava os alimentos e seria, então, o mais antigo representante conhecido até hoje dos gigantes aquáticos que se alimentam filtrando a água do mar.

A nova espécie foi batizada 'Aegirocassis benmoulae' em homenagem ao caçador de fósseis marroquino Mohamed Ben Moula, que fazia buscas no Marrocos.

O 'Aegirocassis benmoulae' faz parte da família extinta dos anomalocaridídeos, animais marinhos que surgiram há 520 milhões de anos. Até hoje, porém, a maior parte dos anomalocaridídeos descobertos eram predadores que se encontravam no topo da cadeia alimentar, próximos aos tubarões de hoje em dia.

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A nova espécie de anomalocaridídeo lembra as baleias de hoje em dia, que filtram a água do mar através das barbas para recolher o plâncton, mas da família dos mamíferos.

Peter Van Roy, um dos autores do estudo da Universidade de Yale, utilizou um novo método de análise de fósseis que permitiu ter uma visão 3D do animal, como ele deveria ser quando reinava nos oceanos, sobre fósseis encontrados no Marrocos e vindo das coleções do Museu Peabody de Yale, do Museu Real de Ontário e do Smithsonian em Washington.

O estudo dos fósseis, que são chatos como flores secas dentro de um livro, normalmente não fornece tantos detalhes.

A pesquisa conseguiu, assim, mostrar que o 'Aegirocassis benmoulae' tinha uma espécie de barbatana de cada lado do corpo.

As barbatanas seriam as ancestrais da fileira dupla de patas característica dos artrópodes, invertebrados recobertos de uma carapaça como os crustáceos, as aranhas e os insetos. O que faz dos artrópodes os primos mais próximos do hoje desaparecido Aegirocassis.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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