Cientistas descobrem como estranho animal usa olhos de pedra
15 abr2011 - 16h09
(atualizado às 18h03)
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Pesquisadores da Universidade da Califórnia - Santa Bárbara - descobriram como um molusco usa seus olhos feitos de cristais de carbonato de cálcio (aragonita) para se proteger de potenciais predadores. O estudo foi publicado na quinta-feira pela revista especializada Current Biology.
O pesquisador Daniel Speiser, hoje doutor, estudou moluscos na Flórida desde sua graduação, em especial um desses animais chamado quíton, que tem suas centenas de olhos feitos com lentes de aragonita, um tipo de pedra. Os olhos desses animais intrigam os cientistas há décadas, já que foi o primeiro animal descoberto com olhos feitos desse material - já se conheciam animais com olhos feitos com outro tipo de pedra, a calcita - e não se sabia, até então, se eles conseguiam realmente ver objetos ou apenas notar diferenças na luz.
Speiser e o professor Sönke Johnsen, da Universidade Duke, estudaram quítons do oeste da Índia (Acanthopleura granulata), que têm sete placas sobre o corpo cobertas de pequenas lentes. Para testar a visão das criaturas, eles colocaram os animais em um laboratório. Quando não eram incomodados, os quítons levantavam suas placas para respirar.
Os cientistas, então, aproximavam dos animais um disco negro, com 10 cm de diâmetro e 35 mm de espessura, ou um disco cinza de mesmo tamanho, sempre a 20 cm dos moluscos. Quando o disco cinza era usado, não havia resposta, mas quando o negro era aproximado, os quítons reagiam e se protegiam. A diferença na resposta indica que eles realmente viam o disco, e não sentiam apenas a mudança na luminosidade.
Segundo os pesquisadores, o olho desse animal é um dos mais estranhos da natureza. Suas retinas lembram as da lesma e as do caracol, mas estes conseguem responder à adição de luz no ambiente, enquanto a retina dos seres estudados só reage à diminuição de luz.
Os pesquisadores não acreditam que os olhos dos quítons têm relação com a evolução que levou aos olhos humanos. Apesar de ser um animal primitivo - eles teriam surgido há 500 milhões de anos - os primeiros registros de seus olhos datam de "apenas" 25 milhões de anos atrás, o que tornaria os seus olhos os mais recentes a evoluírem na natureza.
Recentemente, diversos trabalhos de biólogos que terminaram em descoberta de novas espécies foram divulgados. Muitos dos animais encontrados chamavam a atenção pela bizarrice, feiura ou até mesmo por espantar alguns dos pesquisadores. Conheça algumas das mais estranhas descobertas feitas recentemente
Foto: Divulgação
Anteriormente já visto, mas nunca descrito, este morcego se alimenta de frutas e é natural de Papua. Não possui nome ainda, mas já foi encontrado em outras regiões do país além das montanhas Nakanai
Foto: Conservation International / Divulgação
Cientistas da Conservação Internacional descobriram 200 novas espécies na Papua Nova Guiné, Dentre as 20 novas espécies de gafanhotos, está o Tettigoniidae Agraeciinae, que mede entre 40 e 45 mm
Foto: Conservation International / Divulgação
Todas as espécies foram encontradas nas montanhas Nakanai, na Papua. Este sapo, do gênero Platymantis, vive apenas em regiões de grande altitude nas florestas tropicais das montanhas
Foto: Conservation International / Divulgação
Outro gênero de Tettigoniidae Agraeciinae encontrado é este gafanhoto que vive nas vegetações baixas das montanhas da Papua. Mede entre 30 e 40 mm
Foto: Conservation International / Divulgação
O Spinisternum sp. 5 é um gafanhoto marrom escuro com garras brancas. Foi o exemplar de gafanhoto mais encontrado entre as novas espécies
Foto: Conservation International / Divulgação
Mais um sapo descoberto é o Litoria, que vive em regiões de altitude média de 850 m na Papua
Foto: Conservation International / Divulgação
O pequeno rato descoberto na possui apenas 2 cm representa uma nova espécie e novo gênero. Segundo os cientistas, há diversas outras áreas da Papua Nova Guiné que seguem inexploradas, pois não há como acessá-las
Foto: Conservation International / Divulgação
O gafanhoto Spinisternum sp. 4 mede entre 30 e 35 mm
Foto: Conservation International / Divulgação
Este sapo do gênero Platymantis mede apenas 25 mm e é visto entre 5h e 11h e no pôr do sol, ao contrário da maioria dos sapos, que costumam aparecer à noite
Foto: Conservation International / Divulgação
O pequeno Ceratobratrachid vive em elevadas regiões das montanhas e pode representar um novo gênero
Foto: Conservation International / Divulgação
Entre as plantas descobertas, um novo gênero de Rhododendron foi encontrado em abundância nas montanhas, o que sugere que há muito o que explorar ainda
Foto: Conservation International / Divulgação
Durante pesquisas encerradas em 2009, cientistas da Conservação Internacional descobriram 200 novas espécies de animais e plantas na Papua Nova Guiné. Considerada pelos cientistas a espécie mais bonita localizada, o gafanhoto de olhos rosa vive nas árvores mais altas, o que o torna difícil de ser estudado
Foto: Conservation International / Divulgação
Uma das espécies encontradas em 2010 foi este colorido sapo. Os machos são mais vistos quando produzem som para atrair fêmeas da vizinhança
Foto: Conservation International / Divulgação
As formigas líderes desta espécie descoberta possuem cabeças sete vezes maiores do que as formigas operárias. As grandes mandíbulas são controladas por poderosos músculos, que as permitem partir alimentos mais facilmente
Foto: Conservation International / Divulgação
O Mossula, nova espécie de gafanhoto, possui interessante sistema de defesa. Suas garras posteriores são grandes e espinhosas, e quando o gafanhoto é atacado as coloca por cima da cabeça, dando golpes para se proteger
Foto: Conservation International / Divulgação
Este sapo vive 30 metros abaixo do nível da terra e seus machos anunciam sua presença com alto coaxado
Foto: Conservation International / Divulgação
Pequeno o suficiente para sentar em uma unha do polegar humano, este sapo camufla-se facilmente em pedras
Foto: Conservation International / Divulgação
A Strumigenys bateu o recorde de altitude em que vive dentre todas as formigas já encontradas na Papua Nova Guiné. Ela vive a 2,9 mil metros
Foto: Conservation International / Divulgação
O peixe-drácula (Danionella dracula), descoberto em um pequeno rio de Mianmar, mede apenas 1,7 centímetros e tem dentes que lembram os de um vampiro
Foto: BBC Brasil
O censo marinho durou dez anos e resultou na descoberta de milhares de novas espécies exóticas, entre elas a Alviniconcha sp, que vive no Japão
Foto: Reuters
O verme Vigtorniella sp também foi encontrado no Japão, na baía de Sagami, a 925 m. O Censo da Vida Marinha divulgou nesta segunda-feira, após 10 anos de trabalho, seus resultados. Foram cerca de 120 mil espécies registradas, sendo que até 6 mil podem ser novas - 1,2 mil foram confirmadas como descobertas pelo projeto
Foto: Reuters
O Ceratonotus steiningeri foi descoberto a 5,4 mil m de profundidade em 2006 em Angola
Foto: Reuters
A Lambis chiragra, que está na Lista Vermelha de espécies ameaçadas como "vulnerável", vive em Cingapura
Foto: Divulgação
O Censo da Vida Marinha divulgou dados sobre 10 anos de trabalho conjunto com instituições de pesquisa de todo o planeta. Entre as novas descobertas, está a de que o Japão e a Austrália têm a maior biodiversidade marinha e o Mediterrâneo é o mar mais ameaçado do mundo. Confira imagens de animais observados. O Phronoma sedentaria vive dentro de outro animal que tem forma de barril
Foto: Divulgação
Este peixe-anjo rainha foi registrado próximo ao vazamento de óleo no Golfo do México
Foto: Divulgação
Este polvo de águas profundas vive a 2,7 mil m de profundidade no Golfo do México
Foto: Divulgação
Esta anêmona do mar da espécie Actinoscyphia sp fecha seu tentáculos para capturar presas ou se proteger
Foto: Divulgação
O peixe sargaço se esconde na alga que lhe dá nome
Foto: Divulgação
O caranguejo yeti recebeu esse nome por causa da aparência peluda. O animal pertence a uma nova família descoberta durante o censo. Este espécime foi coletado a 2.228 m de profundidade
Foto: Divulgação
Detectores acústicos ajudaram a registrar a passagem de peixes migratórios e traçar suas rotas
Foto: Divulgação
Este pterópode foi capturado na Austrália
Foto: Divulgação
Ouriço-do-mar foi encontrado na Austrália
Foto: Divulgação
Alga vermelha foi vista na ilha de Heron
Foto: Divulgação
Nova espécie de epímera tem apenas 25 mm e foi descoberta na Antártida
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Ascídias são vistas na Alemanha
Foto: Divulgação
Esponja de vidro é vista na Alemanha. Pesquisadores acreditam que esses animais, devido ao seu tamanho e lento crescimento, existiam antes do aparecimento de uma camada de gelo que existia no local, e sobreviveram a ela
Foto: Divulgação
Pepinos do mar de água profunda são vistos na Alemanha
Foto: Divulgação
Parte inferior de uma estrela-do-mar Nardoa rosea é vista de perto na ilha de Heron
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Esta nova espécie de lula foi descoberta na região central do Atlântico
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Este coral transparente também foi visto na Austrália
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Este caranguejo foi visto no coral da ilha Heron
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Sabelídeo é registrado no mar australiano
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Poliqueta é vista em um coral australiano
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Esta lesma também foi registrada na ilha Heron
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Lesma do mar é vista na ilha Heron, na Austrália
Foto: Divulgação
Os chocos também foram estudados pelo Censo
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Este caranguejo foi observado em 2005
Foto: Divulgação
Pesquisadores da Nova Zelândia seguram estrelas-do-mar Macroptychaster gigantes. Esses animais podem chegar a 60 cm de diâmetro
Foto: Divulgação
Diversas espécies de polvo foram observadas na Antártida
Foto: Divulgação
Este Lima sp, uma espécie de molusco, foi fotografado durante uma expedição à ilha Ningaloo, na Austrália
Foto: Divulgação
A água-viva Aequorea macrodactyla vive nas águas mornas do leste do Pacífico
Foto: Divulgação
Águas-vivas coloniais foram vistas na Austrália
Foto: Divulgação
Apesar da cor, o verme árvore de Natal merece o nome
Foto: Divulgação
Esta é o único Laurentaeglyphea neocaledonica registrado vivo. Acreditava-se que a espécie estava extinta há 50 milhões de anos
Foto: Divulgação
Veículo operado a distância mede a temperatura da água. O equipamento foi responsável, em 2006, pela temperatura mais alta registrada no mar: 407°C
Foto: Divulgação
Imagem registrada na Nova Zelândia mostra uma estrela-do-mar (laranja) em um coral se alimentando de microrganismos em corrente marítima
Foto: Divulgação
Este ouriço-do-mar foi registrado na Antártida
Foto: Divulgação
Este chicote do mar intrigou os pesquisadores, que passaram um bom tempo tentando examinar os diversos organismos que viviam associados a este único animal
Foto: Divulgação
Estrela-do-mar é registrada na baía Cobscook, no Maine, Estados Unidos, em 2007
Foto: Divulgação
Esta estrela-do-mar também foi registrada
Foto: Divulgação
Aranha do mar macho carrega ovo em apêndices adaptados na parte inferior de seu corpo. Esta é uma das muitas possíveis novas espécies da Antártida. Os pesquisadores do Censo tentam entender a evolução desses curiosos animais
Foto: Divulgação
O sangue do peixe de gelo da Antártida é adaptado para não congelar em baixas temperaturas, por isso, não tem hemoglobina nem células vermelhas que dão cor ao sangue. Na mesma imagem, podem ser vistas estrelas-do-mar amarelas
Foto: Divulgação
Esta esponja gigante foi uma das espécies encontradas na expedição
Foto: EFE
Este pepino do mar transparente, chamado de Enypniastes, rasteja para a frente com seus tentáculos a uma velocidade de aproximadamente 2 cm por minuto, enquanto varre os detritos de sedimentos com sua boca. A espécie vive a 2.750 metros de profundidade no Norte Golfo do México
Foto: AP
Um novo copépode, da família dos crustáceos, foi descoberto no fundo de abismos no Oceano Atlântico e foi incluído no catálogo do Censo da Vida Marinha, que se apresentaram uma nova lista da vida nos oceanos
Foto: EFE
Este octópode de dois metros de comprimento e seis quilos de peso vive a uma profundidade de 1,5 km no oceano do Atlântico. Ele ganhou o apelido de "Dumbo" pela barbatana em forma de longas orelhas que utiliza para navegar
Foto: EFE
Esta bizarra criatura foi registrada durante uma expedição científica na região de Sangihe Talaud, na Indonésia
Foto: AP
Esse sapo pertence à espécie Microhyla nepenthicola, descoberta em Sarawak, na Malásia. O minúsculo animal tem cerca de 3 mm quando girino e entre 9 e 11 mm quando adulto. É considerado a menor espécie de sapo da Ásia
Foto: AFP
Câmera automática registra o que pesquisadores acreditam ser nova espécie de musaranho-elefante, na floresta Boni-Dodori, no Quênia. Apesar do tamanho, o animal é considerado mais próximo dos elefantes do que dos musaranhos