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América Latina enfatiza ajuda aos países em desenvolvimento na COP21

30 nov 2015 - 18h26
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Os líderes latino-americanos enfatizaram nesta segunda-feira a ajuda que os países em desenvolvimento precisam para alcançar os objetivos previstos na Conferência do Clima de Paris (COP21) e insistiram na necessidade de se firmar um acordo ambicioso e vinculativo.

A abertura da 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que busca um pacto que substitua o Protocolo de Kyoto de 1997, contou com a presença de 20 presidentes procedentes da América Latina.

Reduzir as emissões de gases poluentes para limitar o aquecimento global deve ser uma iniciativa acompanhada de ajudas para que não signifique um freio no desenvolvimento dos países mais pobres, ressaltaram os líderes latinos.

"Há um sentimento de urgência e temos que dar demonstrações de liderança. Nossa ação será útil se for coletiva", declarou a presidente Dilma Rousseff, que disse que o acordo de Paris deve "contribuir para o desenvolvimento mundial" e ser associado "à erradicação da pobreza e o fomento de um emprego decente".

Como os outros líderes, Dilma pediu que o acordo seja "juridicamente vinculativo" e não represente "apenas a soma das contribuições de cada um", mas abra "uma nova via de comprometimento na luta contra a mudança climática".

"As diferenças entre os países não devem minar nossos objetivos. Os países desenvolvidos têm que buscar outras fontes energéticas e o acordo deve conduzir a uma convergência que una as contribuições de todos", disse a governante.

Na opinião do presidente do México, Enrique Peña Nieto, o "novo regime climático" a ser adotado não deve conter o desenvolvimento econômico.

"Vamos assumir o desafio, vamos ser a geração que tomou as decisões necessárias para consolidar o desenvolvimento sustentável", comentou.

O peruano Ollanta Humala, o primeiro líder estrangeiro a dirigir ao plenário em sua condição de anfitrião anterior da Cúpula do Clima, alertou que o mundo "não pode se permitir fracassar em Paris" após a reunião de Copenhague em 2009, quando não foi alcançado um acordo para substituir o Protocolo de Kyoto.

Para o presidente do Peru, o acordo parisiense deve ser "operacional" e conter "compromissos firmes" para "tornar (as metas) mais transparentes e previsíveis".

Humala afirmou que é preciso levar em conta "o financiamento da transição climática" para os países em vias de desenvolvimento e "a transferência de energia".

Para o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, "impedir a mudança climática é o maior desafio da humanidade em toda a sua história" e a Colômbia estará em melhores condições de enfrentá-lo quando solucionar seu conflito armado porque as guerrilhas "se transformarão em aliadas" nesse combate.

"A Colômbia está plenamente comprometida, mas não aceitaremos qualquer tipo de acordo", disse Santos, que defendeu um pacto dinâmico e com fiscalizações "dinâmicas", que permita que "este planeta seja por muitos milênios a casa da raça humana".

A presidente chilena, Michelle Bachelet, pediu que as partes não se esqueçam "dos oceanos" na negociação, e reivindicou uma abordordagem com a perspectiva de gênero porque "as mulheres são vítimas" da mudança climática, "mas também são solução".

Os presidentes de Bolívia, Evo Morales, e Equador, Rafael Correa, responsabilizaram o capitalismo pelos atuais problemas do planeta, por isso coincidiram ao dizer que as economias mais desenvolvidas têm que contribuir mais para a solução.

Para isso, ambos propuseram a criação de "uma Corte Internacional de Justiça Ambiental para proteger os direitos da natureza", que Correa anunciou e Morales apoiou.

"Nada justifica que tenhamos tribunais para proteger investimentos, para pagar dívidas financeiras, mas não para proteger a natureza e obrigar a pagar as dívidas ambientais", criticou Correa, que culpou "a perversa lógica de privatizar o lucro e socializar as perdas".

"A 'mãe Terra' está se aproximando do crepúsculo de seu ciclo vital, cuja causa estrutural corresponde ao sistema capitalista", que desenvolveu "uma força arrasadora e destrutiva em nome da liberdade de mercado, da livre concorrência e dos direitos humanos", disse Morales.

O presidente boliviano apelou "às potências capitalistas para que parem a irreversível destruição do planeta" e as acusou de "produzir a escala infinita bens de consumo descartáveis que hoje destroem a natureza, degradando o trabalho, produzindo guerras de conquista e destruindo a convivência".

EFE   
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